Sete palmos voláteis

Cavámos insondáveis estranhezas
na geometria intocada,
ao nível profundo da alma que alcançamos,
no limite da vertigem dos ângulos
ora abertos ora fechados
que não cabem num só espaço.

Dentro e fora do mesmo corpo
que não sei a sua forma
nem tão pouco a sua morfologia.

Sei da vida feita e desfeita como uma cama
em cada face do mesmo manto
sei deste tão inconfesso leito eleito,
pelo modo como nos dissipamos .

Sei que somos apenas bruma e frio de um caso nada
de futuras insuspeitas realidades
dos astros alcançados através dos sonhos acordados .

Sei que somos tudo
(ou quase nada)
que aparece entre o renascer e o fechar da lápide.

Apenas um espaço de um buraco aberto,
em qualquer parcela do universo
morada ou síntese de sombras
entre os dedos calejados e os estalar dos ossos
nas várias multiplicações do manifesto da vida
mas, que vale sempre a pena viver.

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Saturday, November 1, 2008 - 16:44

Poesia :

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admin

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Comments

nomada's picture

Re: Sete palmos voláteis

Ler-te fez-me meditar no que somos e não somos, no que escreveste e no que escrevi...

"não sou…
nem sei quem sou,
só sei que vou
por caminhos onde não sou…"

Somos o quê afinal? Não sei se algum dia saberei...

Beijo.

zizo's picture

Re: Sete palmos voláteis

Há que aproveitar a viagem da vida seguindo sempre o caminho iluminado pelo sol e pela lua.
Alcançar as estrelas, os sonhos...
Gostei deste meditar geométrico MariaTreva.:-)

Beijo

JillyFall's picture

Re: Sete palmos voláteis

filosofica, desconstrução da realidade.
(qual realidade?)
tu recrias um mundo novo, uma imagetica insolita de palavras, que nos transporta, para a dimensao paralela em que habitas..
bjinhos!

MariaSousa's picture

Re: Sete palmos voláteis

Eu poema que eu classificaria como "reflexão".
Gostei do que li,

Vale sempre a pena viver :-)

Bjs

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