Sou nada

Escrevo sobre nada

sobre os desafios incompreendidos

na historia de um autor

com medo de seus sentimentos

sem vaga, sem fantasia

flutuo numa via

que cai por terra

de uma realidade molhada

satisfaço-me,

pela rede vibrátil

da hiprocisia de malhas

feridas pelos dedos de ninguem

sou o corpo na areia

que nao tem idade

nem amor por escrever

apenas uma paisagem de nada

Sou nada nos olhos da alma,

o sossego de um muro

que toca numa alma adormecida

num sitio silencioso