JUGO DE PALAVRAS RESILIENTES

Leve,
o pesar que contesto,
contexto devaneado em lume.

Vulcão sem cume.

Em queixume,
surdina desalmada.

Alma derramada no charco do poema.

Fogo sem chama.

Lama de quem ama.

Unto de quem sonha a pedra imóvel.

Eito de quem corre entre linhas desalinhadas.

Entrelinhas solidificadas.

De mãos desapertadas
do nó da corda esticada até o pó.

Antro escavado sem dó nos adornos dos olhos.

Amares aos molhos.

Árctico de paixões
em cais alagados pelas sombras.

Jugo de palavras resilientes.