UTOPIAS POR AÍ DESCARNADAS DO SÁBADO ENTRE PESSOAS

O silêncio do meu pensar,
é um formigueiro de dizeres alquebráveis.

Um enxame de chegares a todo o lado,
voz parada na polpa tarada de um tronco boémio.

Árvore de liberdades como pouso do voo do ego.

Um viveiro de sons a quase nada
que estrepita nas mãos prudências trémulas.

Adão e Eva.

Deambulações zero pelo espaço
que morde o universo com saliências de sombra.

Sexos a desperdiçar o vento de outros sexos
como se o escuro fosse um corpo de gravilha no tear da noite.

Curvas de leitura incerta
como ilha de esquinas que viram para nenhures.

Filosofias como um farol de arestas paralelas
a escrever verbos ofídios nas sebes do nevoeiro.

Audições surdas
pelas sardas do tempo como se a espera fosse
uma fera enjaulada nos retalhos de uma lágrima.

Utopias por aí descarnadas do Sábado entre pessoas
como o sol-pôr ser orgia de atalhos estrábicos na praia da alma.

Pulsares assimetricamente trágicos.

Fronteiras borda fora à proa das palavras
que separam o trigo do joio no canastro do corpo.

Instante habitado por solidão como nódoas
numa hora peneirada por três mil e seiscentos segundos.

O ir como um comboio de falésias
a trucidar a inércia do ar com quedas por cair.

E no final… É o fim como no começo começou.

 

 

 

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Sábado, Febrero 11, 2012 - 16:43

Poesia :

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Henrique

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Henrique

Separando o trigo do joio resolvi ler a tua sempre incontestável boa poesia.

Beijo

Nanda

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