UTOPIAS POR AÍ DESCARNADAS DO SÁBADO ENTRE PESSOAS

O silêncio do meu pensar,
é um formigueiro de dizeres alquebráveis.

Um enxame de chegares a todo o lado,
voz parada na polpa tarada de um tronco boémio.

Árvore de liberdades como pouso do voo do ego.

Um viveiro de sons a quase nada
que estrepita nas mãos prudências trémulas.

Adão e Eva.

Deambulações zero pelo espaço
que morde o universo com saliências de sombra.

Sexos a desperdiçar o vento de outros sexos
como se o escuro fosse um corpo de gravilha no tear da noite.

Curvas de leitura incerta
como ilha de esquinas que viram para nenhures.

Filosofias como um farol de arestas paralelas
a escrever verbos ofídios nas sebes do nevoeiro.

Audições surdas
pelas sardas do tempo como se a espera fosse
uma fera enjaulada nos retalhos de uma lágrima.

Utopias por aí descarnadas do Sábado entre pessoas
como o sol-pôr ser orgia de atalhos estrábicos na praia da alma.

Pulsares assimetricamente trágicos.

Fronteiras borda fora à proa das palavras
que separam o trigo do joio no canastro do corpo.

Instante habitado por solidão como nódoas
numa hora peneirada por três mil e seiscentos segundos.

O ir como um comboio de falésias
a trucidar a inércia do ar com quedas por cair.

E no final… É o fim como no começo começou.

 

 

 

Submited by

Saturday, February 11, 2012 - 16:43

Poesia :

Your rating: None (4 votes)

Henrique

Henrique's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 7 weeks ago
Joined: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Comments

Nanda's picture

Henrique

Separando o trigo do joio resolvi ler a tua sempre incontestável boa poesia.

Beijo

Nanda

Add comment

Login to post comments

other contents of Henrique

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Thoughts DA POESIA 1 9.853 05/26/2020 - 23:50 Portuguese
Videos/Others Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. 1 53.362 06/11/2019 - 09:39 Portuguese
Poesia/Sadness TEUS OLHOS SÃO NADA 1 9.590 03/06/2018 - 21:51 Portuguese
Poesia/Thoughts ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO 4 11.497 02/28/2018 - 17:42 Portuguese
Poesia/Thoughts APALPOS INTERMITENTES 0 10.139 02/10/2015 - 22:50 Portuguese
Poesia/Aphorism AQUILO QUE O JUÍZO É 0 11.337 02/03/2015 - 20:08 Portuguese
Poesia/Thoughts ISENTO DE AMAR 0 9.500 02/02/2015 - 21:08 Portuguese
Poesia/Love LUME MAIS DO QUE ACESO 0 10.234 02/01/2015 - 22:51 Portuguese
Poesia/Thoughts PELO TEMPO 0 8.502 01/31/2015 - 21:34 Portuguese
Poesia/Thoughts DO AMOR 0 8.192 01/30/2015 - 21:48 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SENTIMENTO 0 8.087 01/29/2015 - 22:55 Portuguese
Poesia/Thoughts DO PENSAMENTO 0 10.407 01/29/2015 - 19:53 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SONHO 0 7.471 01/29/2015 - 01:04 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SILÊNCIO 0 8.203 01/29/2015 - 00:36 Portuguese
Poesia/Thoughts DA CALMA 0 8.382 01/28/2015 - 21:27 Portuguese
Poesia/Thoughts REPASTO DE ESQUECIMENTO 0 6.668 01/27/2015 - 22:48 Portuguese
Poesia/Thoughts MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE 0 10.002 01/27/2015 - 16:59 Portuguese
Poesia/Aphorism NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ 0 8.174 01/26/2015 - 20:44 Portuguese
Poesia/Thoughts SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO 0 9.076 01/25/2015 - 22:36 Portuguese
Poesia/Thoughts MIGALHAS DE SAUDADE 0 8.980 01/22/2015 - 22:32 Portuguese
Poesia/Thoughts ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO 0 7.598 01/21/2015 - 18:00 Portuguese
Poesia/Thoughts PALAVRAS À LUPA 0 7.408 01/20/2015 - 19:38 Portuguese
Poesia/Thoughts MADRESSILVA 0 6.484 01/19/2015 - 21:07 Portuguese
Poesia/Thoughts NA SOLIDÃO 0 9.914 01/17/2015 - 23:32 Portuguese
Poesia/Thoughts LÁPIS DE SER 0 9.737 01/16/2015 - 20:47 Portuguese