Amar devagar...

Amar devagar... alguém sabe o que significa?
É um sentir devagar, mais sentido, menos ouvido, menos falado, mais dado, mais ou menos oferecido...?
É um amar hoje, um amar amanhã, amar de semana a semana, de mês a mês, de sol a sol, de lua em lua...de pequeno a grande, de triste a feliz, de feliz a triste, de amante em amante, em um amante todos os dias, de amante distante...todas as horas...
No tempo que prende a vontade de nunca partir, na luz que ilumina as cores sobre o qual se iluminam, fica a certeza, um beijo com transmissão genética de que és, do que sou, do que estamos a ser e do que nunca seremos, ou do que já fomos...
As mãos apertam-se junto ao ferro querendo saltar para o abismo, um toque onde se centram as energias de almas solitárias chega, dizem que doi, que quando sentires saberás...doeu...senti...amei...devagar...todos os minutos...
Entre imagens de corpos suados, consumidos, oleados, a mente viaja até uma lua que não conhecemos, onde o puro, o impuro, o justo e o injusto te prendem a imaginação com as algemas da vontade, da satisfação imediata, do prazer, e dizes não...
Dizer sim é fácil...dizer não é mais intenso, mais vivo...provoca a imaginação, obriga as almas a exprimir, a expressar, a enfatisar, a melhorar, a argumentar, a não querer ficar para trás e a tornar perfeito...o que será...ou não...amar devagar...em corpo aberto...em alma aberta...

A perfeição só termina com a morte do autor inicial...que depois de ver a sua obra prima brotar o seu eu, pode deixar de amar...pode deixar de estar presente...ou não...

Amar devagar, assim eu amo, vivo e sinto.