Pentáculo

O inefável apresentou-se na forma de minha imagem,
No altar de minha testa sobre sobrolhos medrosos.
Arranque-me os dedos e a boca desta colagem
Fadigada de minha raça cansada e cheia de remorsos.

O que vejo são vultos de culpas e medos gravitando
No perímetro do meu decadente corpo sonâmbulo.
Sou minha Cura, minha Harmonia fortalecendo
O meu braço de Virtude, sendo eu, um Pentáculo.

Cabeça, dois braços, duas pernas em Energia Cósmica.
Anjos, arcanjos, querubins, potestades do meu “eu” tudo
Cabeça, dois braços, duas pernas da figura simbólica
Solene amalgamada na crença que estou ferido. Contudo!
Está em mim, minha própria defesa psíquica
Descobrindo minha doença aplicando-me o antídoto.

Deixo de acreditar no símbolo para acreditar em mim mesmo
Oro a minha meditação na capela do meu cérebro
Da “ressonante” ressonância da Lei do meu ermo.
Dum lado sou meu exército do bem do outro sou meu exército macabro.

O que era magia hoje é a prostituta ciência.
O que era religião hoje é feto do fato científico.
Magia, ciência, religião resumem-se em ato promíscuo.
Eu sou o “eu” buscando o nada e o tudo em minha magnificência.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

O homem difere mais do homem, que o homem da besta.
(II Conde de Rochester)

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Domingo, Noviembre 22, 2009 - 22:35

Poesia :

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FranciscoEspurio

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Comentarios

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Re: Pentáculo

Francisco Espúrio,

Com certeza este poema é favorito para mim. Gosto do jeito como luta com as palavras, e briga com as emoções, és mágico e ao mesmo tempo bruto.

Anita

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Re: Pentáculo

FranciscoEspurio, escreves de forma ousada com ar bastante inovador, gostas de mexer com temas de difícil abordagem. Tal poema expressa uma comparação do poder de si com o exoterismo e ao mesmo tempo discarta o exoterismo dizendo que está no ser toda forma de força e magia e que cabe apenas ao ser pensante abrir este portão, romper o filtro colocado nos olhos da alma...

Alcantra

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Re: Pentáculo

LINDO, GOSTEI IMENSO!
MarneDulinski

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