A ovelhinha negra

O campo verde
tinha dado lugar às cinzas
suspensas em anzóis de cristal
com a tíbia luminosa escurecida.
.
O céu azul escusava-se a morrer
mesmo com um punhal
enterrado nas profundezas
do coração.
.
A ovelha negra cerrava os dentes
e o eco do seu balir
fazia estremecer o próprio vento.
.
Ainda não estava na hora
de tosquiar as palavras queimadas
nem de decifrar os sinais do tempo.
.
A ovelha negra trilhava a solidão,
mas no futuro
as ervas frescas romperiam a terra
e criariam novas raízes
para que ela assim fizesse sucumbir
a amargura.
.
Se o eco ainda for audível
terá tempo de crescer em paz?

rainbowsky

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Miércoles, Marzo 10, 2010 - 09:59

Poesia :

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rainbowsky

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Comentarios

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Re: A ovelhinha negra

O eco é bem audível entre nós e o poeta está sempre a crescer!

Beijo

Carla

Imagen de Henrique

Re: A ovelhinha negra

Se não estou errado, definiste muito bem o poeta e a poesia!!!

:-)

Imagen de rainbowsky

Re: A ovelhinha negra

É isso mesmo Henrique!

A ideia essencial era essa...

Abraço

rainbowsky

Imagen de Librisscriptaest

Re: A ovelhinha negra

"O campo verde
tinha dado lugar às cinzas
suspensas em anzóis de cristal"

"Ainda não estava na hora
de tosquiar as palavras queimadas
nem de decifrar os sinais do tempo."

Imagens fantasticas em telas de belas metaforas!
Beijinho em ti!
Inês

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