O Corvo

Olhar breve, sombrio e alto
Rufla solene sobre planos aquíferos;
Vê relevos na terra estratificados...
Cores que alternam a aparência do solo gentil.

Palavras sem porto, amores sem pátria;
Paisagens mais várias de étnicas carnes;
Casa de abutres, poderes alados
Movem suas cruzes e dominam escravos.

O corvo resguarda a terra descoberta;
Nativos são pares, faróis da floresta.
Vigias do povo na sombra do sonho inumano.

Missais recitados na casa coberta
Impõem maior fardo e uma cruz cingindo testas;
Ritos da gralha e do corvo romano.

Bruno Resende Ramos.

Nasceu em Viçosa, Minas Gerais, aos 5 dias de março de 1969. Filho de Edir de Resende Ramos e João Lopes Ramos. Formou-se em Letras e Artes pela Universidade Federal de Viçosa e cursou Pós-graduação em Língua Inglesa.

Livros: Coletâneas "Poemas e outros encantos", "Contos e Crônicas para viagem", "Livre Pensar Literário", "Semeando idéias... Colhendo poemas", "Infância que te quero ter", e técnicos "Plantio Econômico e Prático de Eucalipto", "Combate às Formigas - Cortadeiras".

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Domingo, Abril 18, 2010 - 21:56

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Re: O Corvo

Palavras sem porto, amores sem pátria;
Paisagens mais várias de étnicas carnes;
Casa de abutres, poderes alados
Movem suas cruzes e dominam escravos.

Forte, muito forte!!!

:-)

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