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O Corvo
Olhar breve, sombrio e alto
Rufla solene sobre planos aquíferos;
Vê relevos na terra estratificados...
Cores que alternam a aparência do solo gentil.
Palavras sem porto, amores sem pátria;
Paisagens mais várias de étnicas carnes;
Casa de abutres, poderes alados
Movem suas cruzes e dominam escravos.
O corvo resguarda a terra descoberta;
Nativos são pares, faróis da floresta.
Vigias do povo na sombra do sonho inumano.
Missais recitados na casa coberta
Impõem maior fardo e uma cruz cingindo testas;
Ritos da gralha e do corvo romano.
Bruno Resende Ramos.
Nasceu em Viçosa, Minas Gerais, aos 5 dias de março de 1969. Filho de Edir de Resende Ramos e João Lopes Ramos. Formou-se em Letras e Artes pela Universidade Federal de Viçosa e cursou Pós-graduação em Língua Inglesa.
Livros: Coletâneas "Poemas e outros encantos", "Contos e Crônicas para viagem", "Livre Pensar Literário", "Semeando idéias... Colhendo poemas", "Infância que te quero ter", e técnicos "Plantio Econômico e Prático de Eucalipto", "Combate às Formigas - Cortadeiras".
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Comentários
Re: O Corvo
Palavras sem porto, amores sem pátria;
Paisagens mais várias de étnicas carnes;
Casa de abutres, poderes alados
Movem suas cruzes e dominam escravos.
Forte, muito forte!!!
:-)