Cata-vento

O cata-vento me olha.
No outro extremo, o vento o toca.
Fiel, olha para mim e pára.
Virado para o outro lado agita-se.

Meu cata-vento, por que ousa em dançar tanto ao vento
E comigo não cede sequer um movimento?
Ora bolas! Isso não aguento.

"Não agite por mim, seu ciumento!
Na verdade, me basto em olhálo.
Não me custa o mínimo bailar.
Sou feliz quando estou a fitá-lo.

Se se exapera pelo meu proceder,
Devo lembrá-lo quando há pouco estava lendo...
É que pude perceber seu olhar
Quando a brisa veio aos seus pensamentos".

Cata-vento, olha só o que diz!
Cá estou me instruindo com os livros.
Ler é tudo o que faço, sabe bem o que sou!
Um escritor sem os ler não está vivo.

"Sim, eu sei... E é por isso que eu digo:
Não há porquê o seu grunhir... Você o faz a toa.
Enquanto vira as páginas do seu livro,
Virarei, pois, ao vento minhas folhas...

E ponto final"!

Bruno Resende Ramos.

Nasceu em Viçosa, Minas Gerais, aos 5 dias de março de 1969. Filho de Edir de Resende Ramos e João Lopes Ramos. Formou-se em Letras e Artes pela Universidade Federal de Viçosa e cursou Pós-graduação em Língua Inglesa.

Livros: Coletâneas "Poemas e outros encantos", "Contos e Crônicas para viagem", "Livre Pensar Literário", "Semeando idéias... Colhendo poemas", "Infância que te quero ter", e técnicos "Plantio Econômico e Prático de Eucalipto", "Combate às Formigas - Cortadeiras".

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Jueves, Abril 29, 2010 - 03:35

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brunoteenager

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Comentarios

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Re: Cata-vento

Um ponto final que toa de continuação...

:-)

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Re: Cata-vento

Muito bom,amigo. Remeteu-me ao tempo que se brincava com cata-ventos, piões. Ótimo jogo de palavras, do menino com seu brinquedo. Um abraço

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