Atado ao Umbigo

Do umbigo eu vim sem conhecer os riscos de nascer
E para o umbigo retorno sem saber o que é morrer.

Fui embalado nos berços dos braços de minha mãe,
Jogado pra lá e pra cá com os sorrisos de seus lábios,
Mas sou jogado pra lá e pra cá com os assombros do que é viver.

Sonolento me vi ao som da tarde em suas canções,
Entregue às melodias e cifras
Ao ar, ao vento, a terra, a tudo que leva ser mais que tudo,
Seguindo acordes, mudando direções
As sombras dançavam de forma sensual
Embalando vidas
Engolindo mortes
Tão atento às notas soltas ao ar!

Caminhava sonso pelas ondas das ruas
E tropecei numa pedra de dúvida,
Bati a cabeça na quina da mentira,
Fiquei louco e acordei com a aurora da vontade.

Segui meu caminho buscando minha verdade.

Alucinadamente ataquei minha memória.

Escapei das cordas que me enforcavam
Desatei-me do nó das massas.
Hoje faço parte da vertigem niilista:
Atirei bombas de mil megatons na hierarquia de todos os valores,
Quis a destruição do que socialmente existe
E digo mais:
Nada existe de absoluto.

Um dia me deparei falando:
Pense,
Concentre-se,
Agarre com força seu Querer,
Não seja a Escora da Escória dos que tapam olhos e ouvidos para a descrença.

Do umbigo eu vim
E para o umbigo retorno.

Submited by

Miércoles, Diciembre 16, 2009 - 23:46

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

FranciscoEspurio

Imagen de FranciscoEspurio
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 14 años 21 semanas
Integró: 11/08/2009
Posts:
Points: 450

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of FranciscoEspurio

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Fotos/Perfil 2085 0 2.245 11/24/2010 - 00:45 Portuguese
Ministério da Poesia/General Tentativas inúteis na sacada 0 3.217 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Odisséia 0 2.746 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada No caminho das pedras brilhantes (São Thomé das Letras) 0 3.564 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O viço dos seios 0 3.405 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención A pele iraquiana 0 2.829 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O revés 0 2.700 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O guardião 0 2.838 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O Demônio Interior 0 2.689 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Morte ao amanhecer 0 2.577 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Death to be born wise 0 2.834 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada O texto de um pai 0 3.458 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Fantasía Ninfas 0 3.138 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Atado ao Umbigo 0 2.702 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención Pentáculo 0 2.562 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada Jean Baptiste Grenouille 0 3.277 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O estocástico 0 2.349 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sido Ser 0 2.247 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Grão latente 0 3.612 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O salto das horas 0 3.197 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Segure minhas mãos 0 2.719 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención Decepção da obra e do poder 0 2.896 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O ensejo da soma 0 2.847 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Perdição 0 2.876 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada Figura de madeira disforme que orna a proa de minha embarcação (Carrancas) 0 2.812 11/19/2010 - 19:10 Portuguese