Na Desistência Está A Virtude Quando Nada Vale A Pena

chegaste e eu nem sabia o nome,
não conhecia o perfume que
ardeu em mim, fiquei lume e
em lume ardi com o silêncio
da poesia a queimar-me os dedos e
as mãos e os braços e os pés e as pernas.
tu e a poesia, deixaram-me sozinho
deitado na penumbra da brisa noctívaga,
perdida com a ternura dos teus cabelos
a tocar-te nas costas, na pele macia como que a
areia das dunas e o vento brando.

uma cama nova e com tão pouco sono,
dormir sem sonhar a pensar em ti é
a falta de folhas e de tristeza no Outono.

os loucos queimam-se aos poucos e vivem demais
sentem demais e o demais é sempre muito e tu
fazes-me ser louco, viver muito e sentir muito
e isso é demais como os que se queimam aos poucos.
não vou chorar as lágrimas que não são precisas,
guardo a revolta para o tempo que trará
o arrependimento de ter sido quase um
herói por alguém que não me quis ver.

os vidros continuam estilhaçados, os pés que
outrora tinha, ficaram a sangrar sem mim.

não vou caminhar mais por caminhos desconhecidos.

Hugo Sousa

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Viernes, Marzo 14, 2008 - 09:11

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Re: Na Desistência Está A Virtude Quando Nada Vale A Pena

Mais um texto com muita arte poética!!!

Muito bom…

:-)

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