Insígnia do tempo ao vento da tua ausência


Sou o teu ódio
porque me entristeces quando me esqueces pó.

Deixas-me distância,
insígnia do tempo ao vento da tua ausência.

Pedra gasta pela tua água revolta
na minha cascata de ansiedade
ao esperar-te quando já não vens.

Um poço tão fundo quão escuro,
tampado pela tua evasão aquando rejeitas
que me aproxime de ti.

Pássaro sem ninho, sem lugar nem poiso,
de asas feridas pelas palavras congeladas
aquando não me queres dentro de ti jamais.

Fruto que falece sem árvore,
deixado apodrecer no chão aquando perdes
as flores do caminho para chegar até ao meu colo.

Poema calado,
febril de raivas quando não matas a saudade.

Sou metade de mim, despedaçado
quando não te entregas a mim por inteiro.

Resto alma de vidro frágil,
espelho que embaça teu ser aquando não me queres ser.

Ao teu adeus,
sinto-me caixão sem cova,
morto sem morte para sepultar
os sentimentos quando choras em mentira.

Recordações são agora mágoas mútuas.
Mãos, são agora cemitérios de prazeres esquecidos.

Beijos de outrora sol,
agora mantos de invisibilidade,
esconderijos das nossas salivas agora distantes.

Sem ti, sou caminhante perdido no silêncio
onde a tua voz hoje me insulta quando te desejo.
Quase monstro, recíproco fim do que éramos no nosso início.

 

Submited by

Viernes, Mayo 13, 2011 - 05:05

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

Henrique

Imagen de Henrique
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 10 años 9 semanas
Integró: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Henrique

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pensamientos DA POESIA 1 9.994 05/26/2020 - 23:50 Portuguese
Videos/Otros Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. 1 53.712 06/11/2019 - 09:39 Portuguese
Poesia/Tristeza TEUS OLHOS SÃO NADA 1 9.809 03/06/2018 - 21:51 Portuguese
Poesia/Pensamientos ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO 4 11.937 02/28/2018 - 17:42 Portuguese
Poesia/Pensamientos APALPOS INTERMITENTES 0 10.443 02/10/2015 - 22:50 Portuguese
Poesia/Aforismo AQUILO QUE O JUÍZO É 0 12.228 02/03/2015 - 20:08 Portuguese
Poesia/Pensamientos ISENTO DE AMAR 0 9.723 02/02/2015 - 21:08 Portuguese
Poesia/Amor LUME MAIS DO QUE ACESO 0 10.752 02/01/2015 - 22:51 Portuguese
Poesia/Pensamientos PELO TEMPO 0 8.797 01/31/2015 - 21:34 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO AMOR 0 8.425 01/30/2015 - 21:48 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SENTIMENTO 0 8.491 01/29/2015 - 22:55 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO PENSAMENTO 0 10.976 01/29/2015 - 19:53 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SONHO 0 7.786 01/29/2015 - 01:04 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SILÊNCIO 0 8.726 01/29/2015 - 00:36 Portuguese
Poesia/Pensamientos DA CALMA 0 9.277 01/28/2015 - 21:27 Portuguese
Poesia/Pensamientos REPASTO DE ESQUECIMENTO 0 6.964 01/27/2015 - 22:48 Portuguese
Poesia/Pensamientos MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE 0 10.789 01/27/2015 - 16:59 Portuguese
Poesia/Aforismo NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ 0 8.383 01/26/2015 - 20:44 Portuguese
Poesia/Pensamientos SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO 0 9.421 01/25/2015 - 22:36 Portuguese
Poesia/Pensamientos MIGALHAS DE SAUDADE 0 9.424 01/22/2015 - 22:32 Portuguese
Poesia/Pensamientos ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO 0 7.779 01/21/2015 - 18:00 Portuguese
Poesia/Pensamientos PALAVRAS À LUPA 0 7.576 01/20/2015 - 19:38 Portuguese
Poesia/Pensamientos MADRESSILVA 0 6.890 01/19/2015 - 21:07 Portuguese
Poesia/Pensamientos NA SOLIDÃO 0 10.235 01/17/2015 - 23:32 Portuguese
Poesia/Pensamientos LÁPIS DE SER 0 10.155 01/16/2015 - 20:47 Portuguese