RESSURREIÇÃO POÉTICA

Você me diz que há poemas depressivos,

Que é possível esquecer a maneira de dizer como se sente,

E os poemas, ah os poemas, são somente vivos,

Não é possível esquecer as linhas cheias de vida,

Linhas que se preenchem de emoção e sentimento,

Momentos em que a mente se rende à alegria ou a dor de alguém,

E esse poema não tem ritmo e nem melodia,

Faltam rimas e palavras belas,

Não ensina,

Não diz nada,

Mas e se for isto o que o coração quiser dizer,

Nada de importante, apenas falar por falar não querendo ser entendido,

Seria melhor aqui escrever em prosa,

Mas tento disfarçar um cravo para que pareça uma rosa,

Se faz sentido não sei,

É depressivo talvez,

Crescemos e perdemos,

O mundo nos faz dizer adeus aos sonhos,

Os poetas morrem cedo,

Morrem de amor e de medo,

A realidade os maltrata e a morte não é física,

O coração bate,

O ar entra pelos pulmões,

O cérebro ainda soma,

Mas além do corpo não há vida,

Tiram deles a essência,

O sonho e a imaginação,

A capacidade de ver além das formas,

Sei que aqui não fui poeta,

Talvez um dia você volte a ser,

Que as palavras te tornem forte e tragam vida à sua morte,

Até agora não acredito que você existe,

Mas se existe te ouvir é divertido e faz sentir-me um pouco mais vivo,

Espero que em ti provoque o mesmo sentimento,

Se não, não há lamento, pra mim já vale a pena se conhecer o seu poema,

O poema do seu falar, eu não ouvir e ter a capacidade de sorrir,

Deve achar que sou maluco, mas às vezes sou tão normal que chego a ter medo,

Tudo bem; sou maluco, penso muito e vivo pouco,

A considero grande amiga,

Ainda te devo um poema e você me deve também,

Prometo que vou me esforçar, resgatar um pouco do que já fui,

Ah e se não fui, do que tentei ser sem querer e sem perceber.