BORBOLETA DE FLOR EM FLOR


Túnel de árvores,
caminho por onde voo borboleta de flor em flor.

Em espera que a esperança seja o meu pólen,
a minha roleta russa.

Cascata sossegada onde o céu
é a aldeia do meu pensar, ceia do meu estar,
uma ramada de estrelas onde nada o meu olhar.

Sentado nas fragas deste lugar de pinheiros,
desço sobre mim sementes de Primavera,
de cor e calor.

Suspiro sopros de Outono,
varro a caruma do movimento,
deslizo como um riacho por entre os prados da vida.

Engaço o sargaço da praia das palavras, deixo-as nuas,
irrequietas como campos estrumados de suor e sol.

Depois colho dessas palavras a espiga
que me alimentará o passo salgado por lágrimas alegres.

Azuis sedados de trabalho,
eixo de onde as minhas mãos urdem a terra.

Arados de forma cinzenta,
tamanhos eternos em tempo que por si fala.

Cavalgo o dorso do horizonte para paisagens de serra e mar.

Tal como os cumes da serra
se fazem avistar ao longe, assim a minha voz
se faz ouvir nos altifalantes da distância em eco de fogo.

Tal como o mar se faz ver imenso,
assim o amor se faz sentir megalómano
nas folhas do meu rosto em sonho.

O luar andante abre trilhos
para o meu poema passar, para que transponha
as florestas sem lobos, sem pântanos.

Para que salte pró trapézio do infinito sem escuro, sem rede.
 

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Martes, Junio 14, 2011 - 12:36

Poesia :

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Henrique

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Naturalmente

Naturalmente inspirador.

Obrigado por este poema.

Abraço.

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