da paixão
paulo monteiro
ficou o teu retrato na parede
rindo do meu amor ruidosamente
os cabelos os mesmos e com sede
os mesmos lábios e teu rosto ardente
o mesmo também rosto que mede
tudo aquilo que tenho em mim latente
e teus seios arfantes da parede
chamando-me com voz que ninguém sente
entre as arcadas de um hospício mora
teu corpo com calor de chama ardente
em quanto de meu quarto se assenhora
esse retrato inerte e semovente
fica e deixa a parede ri e chora
gargalhando e se rindo doidamente
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Jueves, Febrero 5, 2009 - 13:28
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Comentarios
Re: da paixão
Mais um excelente poema que encontro no WAF! :-)