CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Casimiro de Abreu : Borboleta
Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque és volúvel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim?
Pois essa alma é tão sedenta
Que um só amor não contenta
E louca quer variar?
Se já tens amores belos,
P'ra que vais dar teus desvelos
Aos goivos da beira-mar?
Não sabes que a flor traída
Na débil haste pendida
Em breve murcha será?
Que de ciúmes fenece
E nunca mais estremece
Aos beijos que a brisa dá?...
Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque és volúvel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim?!
Tu vês a flor da campina,
E bela e terna e divina,
Tu dás-lhe o que essa alma tem;
Depois, passado o delírio,
Esqueces o pobre lírio
Em troca duma cecém!
Mas tu não sabes, louquinha,
Que a flor que pobre definha
Merece mais compaixão?
Que a desgraçada precisa,
Como do sopro da brisa,
Os ais do teu coração?
Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque és volúvel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim?
Se a borboleta dourada
Esquece a rosa encarnada
Em troca duma outra flor;
Ela - a triste, molemente
Pendida sobre a corrente,
Falece à míngua d'amor.
Tu também minha inconstante
Tens tido mais dum amante
E nunca amaste a um só!
Eles morrem de saudade,
Mas tu na variedade
Vais vivendo e não tens dó!
Ai! és muito caprichosa!
Sem pena deixas a rosa
E vais beijar outras flores;
Esqueces os que te amam...
Por isso todos te chamam:
- Borboleta dos amores!
Rio - 1858.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 372 leituras
other contents of CasimirodeAbreu
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Fotos/ - | Casimiro de Abreu | 0 | 1.740 | 11/23/2010 - 23:38 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : *** | 0 | 1.457 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Fragmento | 0 | 1.343 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Anjo! | 0 | 1.810 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Última folha | 0 | 1.202 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : À morte de Affonso de A. Coutinho Nesseder estudante da Escola Central | 0 | 1.481 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Berço e túmulo | 0 | 1.320 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Infância | 0 | 1.125 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : A uma platéia | 0 | 1.432 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Tristeza | Casimiro de Abreu : No túmulo dum menino | 0 | 2.793 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : A J. J. C. Macedo-Júnior | 0 | 1.685 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Uma história | 0 | 1.245 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : No leito | 0 | 1.667 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Pois não é?! | 0 | 1.028 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Na estrada | 0 | 1.318 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : No jardim | 0 | 1.321 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Tristeza | Casimiro de Abreu : Horas tristes | 0 | 2.161 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Dores | 0 | 1.238 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Amor e medo | 0 | 1.273 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Perdão! | 0 | 1.212 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Mocidade | 0 | 1.248 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Noivado | 0 | 1.134 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : De joelhos | 0 | 1.440 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Três cantos | 0 | 1.412 | 11/19/2010 - 15:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Ilusão | 0 | 1.096 | 11/19/2010 - 15:54 | Português |
Add comment