CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Casimiro de Abreu : Sempre sonhos!...
Se eu tivesse, meu Deus, santos amores,
Eu m'erguera cantando essa paixão,
E atirara p'ra longe - sem saudade -
Este véu que me cobre a mocidade
De tanta escuridão!
Eu que sou como o cardo do rochedo
Quase morto dos ventos ao rigor,
Encontrara de novo a minha vida,
O sol da primavera e a luz perdida,
Nos braços desse amor!
Minha fronte, que pende sofredora
Acharia, meu Deus, inspirações,
E o fogo que queimou Gilbert e Dante
Correria mais puro e mais constante
Na lira das canções!
No mundo tão gentil dos devaneios
Minh'alma mais feliz saudara a luz,
E apagara, Senhor, num beijo puro
A dor imensa da perda do futuro
Que à morte me conduz.
Por ela eu deixaria a voz das turbas
E esta ânsia infeliz de gloria vã;
Na vida que nos corre tão sombria
Eu seria, meu Deus, seu doce guia,
E ela - minha irmã!
Eu velara, Senhor, pelos seus dias,
Como a mãe vela o filho que dormiu:
Se um dia ela soltasse um só gemido,
Eu iria saber porque ferido
Seu seio assim buliu!
Como à sombra das árvores da pátria
S'embala a doce filha dos tupis,
A sombra da ventura e da esperança
Embalara, meu Deus, essa criança
Nos cantos juvenis!
Como o nauta olha o céu de primavera,
Eu, sentado a seus pés, ébrio de amor,
Espreitara tremendo no seu rosto
A sombra fugitiva dum desgosto,
À nuvem duma dor!
Eu lhe iria mostrar nos hinos d'alma
Outro mundo, outro céu, outros vergéis;
Nossa vida seria um doce afago,
Nós - dois cisnes vogando em manso lago,
- Amor - nossos batéis!
Se eu tivesse, meu Deus, santos amores,
Eu deixara este amor da glória vã;
Nesse mundo de luz, doce e risonho,
A pudibunda virgem do meu sonho
Seria minha irmã!
.... - 1858
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 464 leituras
other contents of CasimirodeAbreu
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Fotos/ - | Casimiro de Abreu | 0 | 1.807 | 11/24/2010 - 00:38 | Português |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : *** | 0 | 1.544 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Fragmento | 0 | 1.416 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Anjo! | 0 | 1.854 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Última folha | 0 | 1.268 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : À morte de Affonso de A. Coutinho Nesseder estudante da Escola Central | 0 | 1.568 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Berço e túmulo | 0 | 1.419 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Infância | 0 | 1.163 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : A uma platéia | 0 | 1.516 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Tristeza | Casimiro de Abreu : No túmulo dum menino | 0 | 2.872 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : A J. J. C. Macedo-Júnior | 0 | 1.745 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Uma história | 0 | 1.314 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : No leito | 0 | 1.734 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Pois não é?! | 0 | 1.081 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Na estrada | 0 | 1.370 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : No jardim | 0 | 1.371 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Tristeza | Casimiro de Abreu : Horas tristes | 0 | 2.212 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Dores | 0 | 1.265 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Amor e medo | 0 | 1.333 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Perdão! | 0 | 1.276 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Mocidade | 0 | 1.331 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Noivado | 0 | 1.173 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : De joelhos | 0 | 1.500 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Três cantos | 0 | 1.458 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Ilusão | 0 | 1.152 | 11/19/2010 - 16:54 | Português |
Add comment