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Como! és tu?
Como! és tu?! essa grinalda
De flores de laranjeira! ...
Branco véu, nuvem ligeira
Sobre o teu rosto a ondear!
Pálida, pálida a fronte
E os olhos quase a chorar!
És tu! bem vejo... não fales!
Cala-te! já sei o que é!
A mão vais dar, vida e fé
A outro!... Vais te casar.
Pálida, pálida a fronte,
Olhos em pranto a nadar!
E vais! e és tu mesma? — e vais!...
Fui eu quem te dei o exemplo...
Sei que te aguardam no templo,
Deixa-me aqui a chorar:
Fazes somente o que fiz,
Não fazes mais que imitar!
Mas eu quis ver-te feliz,
Não dar-te exemplo!... pensava
Que ileso e firme ficava
O teu amor — a guardar
A fé, que eu mesmo, insensato!
Fui o primeiro a quebrar!
Contradições d'alma humana!
Fui, sim, quem te dei o exemplo,
Isso quis, e ora contemplo
Essa grinalda — a chorar,
A fronte pálida, pálida,
E o branco véu a ondular!
E há de o mundo inda algum dia
Do olvido o véu tenebroso
Estender por tanto gozo,
Tanto crer, tanto esperar!
Vai que te aguardam: já tardas:
Deixa-me aqui a chorar!
Vai! e que os anjos derramem
Sobre ti flores, venturas,
Que as alegrias mais puras
Floresçam dos passos teus:
E que entres na casa estranha
Como uma bênção dos céus!
Que a fortuna — de veludos
Alcatife os teus caminhos,
Que o orvalho dos teus carinhos
A esse faça feliz
Com quem te casas — que te ame
Como te amei e te quis!
Porém procura esquecer-te,
Das venturas no regaço,
De mim, dos votos que faço,
De quanto pedi aos céus
Ver este dia... mas choro!
Vai! sê feliz! adeus!
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Poesia Consagrada :
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