CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Crepúsculo do mar
Que rêves-tu plus beau sur ces lointaines plages
Que cette chaste mer qui baigne nos rivages?
Que ces mornes couverts de bois silencieux,
Autels d'où nos parfurns s'élèvent dans les cieux?
LAMARTINE
No céu brilhante do poente em fogo
Com auréola ardente o sol dormia,
Do mar doirado nas vermelhas ondas
Purpúreo se escondia.
Como da noite o bafo sobre as águas
Que o reflexo da tarde incendiava,
Só a idéia de Deus e do infinito
No oceano boiava!
Como é doce viver nas longas praias
Nestas ondas e sol e ventania!
Como ao triste cismar encanto aéreo
Nas sombras preludia!
O painel luminoso do horizonte
Como as cândidas sombras alumia
Dos fantasmas de amor que nós amamos
Na ventura de um dia!
Como voltam gemendo e nebulosas,
Brancas as roupas, desmaiado o seio,
Inda uma vez a murmurar nos sonhos
As palavras do enleio!...
Aqui nas praias, onde o mar rebenta
E a escuma no morrer os seios rola,
Virei sentar-me no silêncio puro
Que o meu peito consola!
Sonharei... lá enquanto, no crepúsculo,
Como um globo de fogo o sol se abisma
E o céu lampeja no clarão medonho
De negro cataclisma...
Enquanto a ventania se levanta
E no ocidente o arrebol se ateia
No cinábrio do empíreo derramando
A nuvem que roxeia...
Hora solene das idéias santas
Que embala o sonhador nas fantasias,
Quando a taça do amor embebe os lábios
Do anjo das utopias!
Oceano de Deus! Que moribundo,
A cantiga do nauta mais sentida
Tão triste suspirou nas tuas ondas,
Como um adeus à vida?
Que nau cheia de glória e d'esperanças,
Floreando ao vento a rúbida bandeira,
Na luz do incêndio rebentou bramindo
Na vaga sobranceira?
Por que ao sol da manhã e ao ar da noite
Essa triste canção, eterna, escura,
Como um treno de sombra e de agonia,
Nos teus lábios murmura?
É vermelho de sangue o céu da noite,
Que na luz do crepúsculo se banha:
Que planeta do céu do roto seio
Golfeja luz tamanha?
Que mundo em fogo foi bater correndo
Ao peito de outro mundo; — e uma torrente
De medonho clarão rasgou no éter
E jorra sangue ardente?
Onde as nuvens do céu voam dormindo,
Que doirada mansão de aves divinas
Num véu purpúreo se enlutou rolando
Ao vento das ruínas?
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 639 leituras
other contents of AlvaresdeAzevedo
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Fotos/ - | Alvares de Azevedo | 0 | 1.906 | 11/23/2010 - 23:37 | Português |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo IV — Gennaro) | 0 | 2.057 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo V — Claudius Hermann) | 0 | 2.511 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo VI — Johann) | 0 | 1.891 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo VII — Último Beijo de Amor) | 0 | 1.482 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Macário - Introdução | 0 | 1.416 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Macário - Primeiro episódio | 0 | 1.194 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Macário - Segundo episódio | 0 | 1.245 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Sombra de D. Juan | 0 | 1.288 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Na várzea | 0 | 1.219 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O editor | 0 | 1.407 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Oh! Não maldigam! | 0 | 1.715 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Dinheiro | 0 | 1.404 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Adeus, meus sonhos! | 0 | 1.428 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Minha desgraça | 0 | 1.501 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Página rota | 0 | 1.244 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo I — Uma noite do século) | 0 | 1.537 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo II — Solfieri) | 0 | 1.964 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo III — Bertram) | 0 | 3.069 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Panteísmo | 0 | 1.096 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Desânimo | 0 | 1.192 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O lenço dela | 0 | 1.248 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Relógios e beijos | 0 | 1.436 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Namoro a cavalo | 0 | 1.640 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Pálida imagem | 0 | 1.290 | 11/19/2010 - 15:52 | Português |
Add comment