CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Eurico, o Presbítero - Traição
"A transgressão dos juramentos tem crescido despeadamente,
e o costume de trair os nossos príncipes cada vez é mais freqüente."
Concílio Toledano XVII, c. 10.
O sol ia já em alto quando o grito de Allah hu Acbar! soou no centro dos esquadrões do Islame. Era a voz sonora e retumbante de Tárique. Repetido por milhares de bocas, este grito restrugiu e ecoou, como o estourar de trovoada distante, pelos pendores das serras e murmurou e perdeu‑se pelos desfiladeiros e vales. A cavalaria árabe, enristando as lanças, arremessou‑se pela planície e desapareceu num turbilhão de pó.
‑ Cristo e avante! ‑ bradaram os godos: e os esquadrões de Roderico precipitaram‑se ao encontro dos muçulmanos. São como dois bulcões enovelados, que, em vez de correrem pela atmosfera nas asas da procela, rolam na terra, que parece tremer e vergar debaixo do peso daquela tempestade de homens. O ruído abafado e bem distinto do mover dos dois exércitos vai‑se gradualmente confundindo num som único, ao passo que o chão intermédio se embebe debaixo dos pés dos cavalos. Essa distância entre as duas muralhas de ferro estreita‑se, estreita‑se! É apenas uma faixa tortuosa lançada entre as duas nuvens de pó. Desapareceu! Como o estourar do rolo de mar encapelado, tombando de súbito sobre os alcantis de extensas ribas, as lanças cruzadas ferem quase a um tempo nos escudos, nos arneses, nos capacetes. Um longo gemido, assonância horrenda de mil gemidos, sobreleva ao som cavo que tiram as armaduras batendo na terra. Baralham‑se as extensas fileiras: cruzam‑nas espantados os ginetes sem donos, nitrindo de terror e de cólera, com as crinas eriçadas e respirando um alento fumegante. Não se distingue naquele oceano agitado mais que o fuzilar trêmulo das espadas, o relampaguear rápido dos franquisques, o cintilar passageiro dos elmos de bronze; não se ouve, senão o tinir do ferro no ferro e um concerto diabólico de blasfêmias, de pragas, de injúrias em romano e em árabe, inteligíveis para aqueles a quem são dirigidas, não pelos sons articulados, mas pelos gestos de ódio e desesperação dos que as proferem. De vez em quando, um brado retumba por cima do estrupido: são os capitães que buscam ordenar as batalhas. Debalde! As fileiras têm rareado: o combate converteu‑se num duelo imenso ou, antes, em milhares de duelos. Cada cavaleiro árabe travou‑se com um cavaleiro godo, e os dois contendores esquecem‑se de tudo quanto os rodeia: são dois inimigos, cujo ódio nasceu e encaneceu num momento, e num momento esse rancor é intenso quanto o fora, se por largos dias se acumulara sem poder resfolegar. Firmes, os guerreiros cristãos vibram a pesada acha de armas que tomaram dos francos, ou jogam a espada curta e larga dos antigos romanos, porque as lanças voaram em rachas tanto das mãos dos godos, como das dos árabes. Estes, curvados sobre os colos dos cavalos e cobertos com os leves escudos, volteiam em roda dos adversários, e, quase ao mesmo tempo, os acometem por um e por outro lado, tão rápido é o seu perpassar. Nesta luta da força e da destreza, ora o duro neto dos visigodos, deslumbrado pelo incessante dos golpes, esvaído pelas muitas feridas, sufocado pelo peso da armadura, vacila e cai, como o pinheiro gigante; ora o ligeiro Agareno vê coriscar em alto o franquisque e logo o sente, se ainda sente, embargar‑lhe o último grito na garganta, até onde rompeu, partindo‑lhe o crânio, e sulcando‑lhe o rosto. Assim, os centros dos dois exércitos semelham o tigre e o leão no circo, abraçados, despedaçando‑se, estorcendo‑se enovelados, sem que seja possível prever o desfecho da luta, mas tão‑somente que, ao adejar a vitória sobre um dos campos, terá descido sobre o outro o silêncio e o repouso do aniquilamento.
Os soldados que seguiam a bandeira de Teodomiro tinham‑se abalado para o combate apenas viram partir os esquadrões de Roderico. A ala direita dos maometanos era capitaneada pelo amir da cavalaria africana, Muguite, a quem a sua origem cristã fizera dar o nome de Arrume. O amir era o mais valente e experimentado dos capitães de Tárique, e por isso este fiara do renegado o mando daquela ala, na qual também esvoaçava o pendão de Juliano, que, se não abandanara, como Arrume, a crença do Calvário, tinha, contudo, amaldiçoado também a santa religião da pátria. Estes dois guerreiros, ferozes ambos, um por índole e hábito, outro por vingança e ambição, amavam‑se mutuamente, porque os fizera irmãos uma palavra escrita em suas consciências, a máxima afronta humana, o nome de renegados.
O recontro dessa ala foi semelhante em tudo ao do grosso das duas hostes, salvo que aí o franquisque encontrava no ar o franquisque, a injúria de godos respondia à injúria proferida por bocas de godos, e as imprecações do ódio trocavam‑se com maior violência ainda. Teodomiro combatia à frente das suas tiufadias onde mais aceso ia ser o travar da batalha, sem, todavia, esquecer o ofício de capitão. Era isto; era o exemplo que tornava invencíveis os seus soldados. Guiando os cavaleiros tingitanos, Juliano também rompera primeiro adiante dos árabes. Os dois antigos companheiros de combates haviam topado em cheio, e as lanças voaram‑lhes das mãos em rachas. Os cavaleiros passaram um pelo outro como relâmpagos, para logo tornarem a voltar arrancando das espadas.
‑ Circuncidado! ‑ bradou Teodomiro ao perpassar por Juliano na rapidez da carreira.
‑ Escravo! ‑ replicou o conde de Septum, rangendo os dentes.
A injúria vibrada pelo duque de Córduba penetrara mui fundo. Semelhante a Judas, o conde de Tingitânia traíra a pátria pela cobiça e, defendendo o estandarte do profeta de Medina, fazia triunfar o Alcorão. Duas vezes a sua ala era a de um circunciso.
Os dois cavaleiros godos acometeram‑se com toda a fúria de rancor entranhável: as espadas, encontrando‑se no ar, faiscaram como o ferro abrasado na incude: mas a de Teodomiro fora vibrada por braço mais robusto, e, posto que o golpe descesse amortecido, ainda entrou profundamente no escudo que o seu adversário levava erguido sobre a cabeça. Entretanto Juliano, revolvendo ligeiro a espada, rompeu a couraça do duque de Córduba e feriu‑o levemente no lado.
‑ Vencedor dos Vascônios, ‑ gritou, rindo diabolicamente, o conde de Septum ‑ olha por ti! Nas margens do Críssus não há taças de vinho, como aquelas com que te embriagavas nos paços do teu senhor. Aqui o que corre é sangue!
Teodomiro tinha já desencravado a espada do escudo de Juliano, em que ficara embebida. Rapidamente ela descera de novo guiada pela raiva que abafava o guerreiro. O golpe quebrou o escudo já falsado e bateu no elmo brilhante do conde, com tal fúria, que este perdeu a luz dos olhos e curvando‑se para adiante, abraçou‑se ao colo do cavalo, quase sem sentidos. Outra vez que o duque de Córduba vibrasse o ferro, Juliano estava perdido: o caminho da morte lá lhe ficara indicado no elmo.
‑ Que olhas para o chão, traidor? ‑ disse Teodomiro, com voz trêmula de cólera e de escárnio e segundando o golpe. ‑ É a terra da pátria que vendeste aos infiéis como tu!
O ferro, porém, não pôde chegar à cimeira do capacete do conde. Outro ferro, seguro por mão robusta, se meteu de permeio. Era a espada de Muguite, o qual, passando, vira o perigo iminente do seu amigo e correra para o salvar.
Então Teodomiro voltou‑se contra o renegado, e um violento combate se travou entre ambos. Muguite não era menos destro que o príncipe da Bética. Mais membrudo e robusto que ele, e além disso ainda não ferido, a vantagem era toda sua; mas o esforço de Teodomiro supria essa inferioridade.
Entretanto Juliano recobrara o alento; a vergonha, o despeito, a sede de vingança estorciam‑lhe o coração. O nobre ginete em que cavalgava, sentindo seu senhor semimorto, tinha corrido espantado até onde a multidão de cristãos e árabes, travados em peleja sanguinolenta, lho consentia. O conde, cravando‑lhe os acicates, com a espada erguida na mão, arremessou‑o para o lugar onde o duque de Córduba pelejava com Muguite. Era um feito cobarde: mas que importava a Juliano a desonra? Assinalado com o ferrete indelével de traidor, havia‑se habituado a viver para um sentimento único ‑ a vingança. E a vingança era quem o impelia.
Neste momento, por uma das pontes já desertas lançadas na noite antecedente sobre o Críssus soava um correr de cavalo à rédea solta. Alguns soldados que andavam mais perto da margem volveram para lá os olhos. Um cavaleiro de estranho aspecto era o que assim corria. Vinha todo coberto de negro: negros o elmo, a couraça e o saio; o próprio ginete murzelo: lança não a trazia. Pendia‑lhe da direita da sela uma grossa maça ferrada de muitas puas, espécie de clava conhecida pelo nome de borda, e da esquerda a arma predileta dos godos, a bipene dos francos, o destruidor franquisque. Subiu rápido a encosta de onde Roderico atendia aos sucessos da batalha. Parou um momento e, olhando para um e outro lado, endireitou a carreira para o lugar onde flutuavam os pendões das tiufadias da Bética. Como um rochedo pendurado sobre as ribanceiras do mar, que, estalando, rola pelos despenhadeiros e, abrindo um abismo, se atufa nas águas, assim o cavaleiro desconhecido, rompendo por entre os godos, precipitou‑se para onde mais cerrado em redor de Teodomiro e Muguite fervia o pelejar.
Juliano tinha‑se aproximado no entanto do esforçado duque de Córduba, que, ferido e obrigado a combater com o destro e feroz renegado, a custo se poderia defender dos golpes do conde, golpes que o ódio e a cólera dirigiam. Alguns cavaleiros da Bética voaram a socorrer Teodomiro; mas os árabes com que andavam travados tinham‑nos seguido de perto e, rodeando Muguite, haviam tornado inútil o socorro dos cavaleiros cristãos. O apertado revolver das armas formava uma selva de ferros em volta dos dois capitães inimigos, através da qual debalde o conde de Septum buscara multas vezes abrir caminho para ferir Teodomiro, até que finalmente, galgando por cima de um árabe derribado, pudera vibrar um golpe. O elmo do nobre godo restrugira, e o guerreiro vacilara. A última página da sua vida parecia escrita no livro dos destinos. Os dois adversários do duque de Córduba iam tingir de negro as que ainda lhe restavam em branco.
Mas o cavaleiro desconhecido havia passado através da hoste goda e chegara à dianteira dos árabes. Com a maça jogada às mãos ambas abalava e rompia as armas mais bem temperadas, e as puas entrando pelas carnes dos que se lhe punham diante iam esmigalhar‑lhes os ossos. Por onde ele atravessava, nem as fileiras se uniam, nem os godos achavam adversários. Como a charrua, tirada com violência em chão batido de planície, deixa após si grossas glebas revolvidas, assim aquela arma irresistível deixava, ao passar, uma larga cauda de cadáveres entretecida de moribundos debatendo‑se em terra. Os godos, espantados, perguntavam uns aos outros quem seria aquele temeroso guerreiro; mas entre eles ninguém havia que pudesse dizê‑lo. Se combatesse pelos muçulmanos, crê‑lo‑iam o demônio da assolação; mas, pelejando pela cruz, dir‑se‑ia que era o arcanjo das batalhas mandado por Deus para salvar Teodomiro e, com ele, os esquadrões da Bética.
No instante em que o cavaleiro negro chegou ao lugar onde já o duque de Córduba só procurava amparar‑se contra Muguite e Juliano este, cego de furor, descia com segundo golpe: a espada, porém, voou‑lhe das mãos em pedaços, batendo na maça do cavaleiro negro, que deixando depois cair a pesada borda ao longo da efípia, ergueu o franquisque e, descarregando‑o sobre o ombro do renegado, lhe fez uma ferida profunda. A dor arrancou um brado a Muguite, a cujo som o seu ginete amestrado o arrebatou para o meio dos árabes, e Juliano, vendo‑se desarmado, fugiu após ele. Então o desconhecido disse a Teodomiro algumas palavras sumidas e, sem esperar resposta, internou‑se outra vez no meio dos esquadrões agarenos.
Desde este momento a ala direita dos muçulmanos começou de afrouxar, porque Muguite, malferido, se retraíra para o acampamento. Alguns xeques ilustres jaziam moribundos ou mortos às mãos do cavaleiro negro, que parecia escolher as suas vítimas entre os mais nobres guerreiros do Islame. Animados por ele, os godos, cobrando novos brios, procuravam imitá‑los e arremessavam‑se destemidos através da hoste inimiga, que debalde procurava resistir à torrente. Os sinais da vitória dos godos eram já dolorosamente certos para os muçulmanos.
Roderico viu isto e exultou. O sol inclinava‑se para o ocaso e o centro do exército árabe, onde se achava Tárique, estava firme; mas os clamores do triunfo, que já soavam na ala esquerda dos cristãos, começavam a espalhar a incerteza entre os soldados do profeta. Foi então que o rei dos godos ordenou à sua ala direita descesse contra os berberes e, dispersando‑os, acometesse os esquadrões de Tárique, que pareciam haver lançado raízes no solo ensangüentado do campo da batalha.
Um qüingentário partiu à rédea solta para levar a ordem fatal aos filhos de Vítiza. A frente dos seus soldados os dois irmãos falavam a sós com Opas e contemplavam o combate. Apenas ouviram o que se lhes ordenava, Sisebuto e Ebas, voltando‑se para os esquadrões que lhes obedeciam, clamaram: ‑ "vingança!” ‑ Este brado foi repetido por Opas e pelos nobres que o seguiam. Então, no meio daquela espessa selva de lanças repercutiu um grito que respondia aos dos capitães: ‑ "Glória ao rei Sisebuto! Morte ao traidor Roderico!"
E os filhos de Vítiza e o hipócrita bispo de Hispalis, com as lanças aprumadas e as espadas na bainha, lançaram‑se pelo vale abaixo, e a mor parte dos esquadrões seguiram‑nos. Apenas Pelágio, duque de Cantábria, ficou imóvel à frente dos soldados vascônios e de algumas tiufadias da Galécia e da Narbonense que, alheias à traição daqueles mal‑aventurados, recusaram segui‑los.
Roderico viu enovelarem‑se nos ares os rolos de pó que se alevantavam sob os pés dos ginetes: "Valentes mancebos ‑ exclamou ‑ hoje a Espanha vai ser salva por nós! Vede ‑ acrescentava, sorrindo e falando com os guerreiros que o cercavam, muitos dos quais haviam condenado a sua arriscada confiança na generosidade dos filhos de Vítiza: ‑ vede como eles voam contra os africanos! Quando um grande risco ameaça a pátria não há ódios entre os godos: todos eles são irmãos, porque todos eles são filhos desta nobre terra de Espanha."
E o qüingentário que voltava gritou de longe: ‑ "Somos traídos!".
Roderico empalideceu. A certeza da vitória tinha‑se desvanecido.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 833 leituras
other contents of AlexandreHerculano
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Fotos/ - | Alexandre Herculano | 0 | 1.197 | 11/23/2010 - 23:37 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Tempestade | 0 | 998 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Soldado | 0 | 1.172 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | D. Pedro | 0 | 935 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Vitória e a Piedade | 0 | 1.385 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Cruz Mutilada | 0 | 1.340 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Voz | 0 | 726 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Arrábida | 0 | 1.128 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Mocidade e Morte | 0 | 739 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Deus | 0 | 761 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - A Noite do Amir | 0 | 1.410 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - Ao Luar | 0 | 963 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - O Castro Romano | 0 | 1.096 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - A Aurora da Redenção | 0 | 1.109 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - Impossível! | 0 | 997 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - Conclusão | 0 | 1.011 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Semana Santa | 0 | 810 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - Recordações | 0 | 1.026 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - A Meditação | 0 | 808 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - Saudade | 0 | 1.264 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - A Visão | 0 | 818 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - O Desembarque | 0 | 1.066 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - Junto de Crissus | 0 | 1.270 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - Traição | 0 | 833 | 11/19/2010 - 15:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Eurico, o Presbítero - Dies Irae | 0 | 927 | 11/19/2010 - 15:52 | Português |
Add comment