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A Filha de Maria Angu– Ato primeiro - Cena II
Cena II
Os mesmos, Clarinha Vestida de noiva e acompanhada pela madrinha de casamento
Coro
- Aí! como vem galante!
Assim tão elegante
Ninguém há!
Meu Deus, está tão linda!
É mais bonita ainda
Vestida como está!
(Durante toda esta cena, Clarinha deve conservar os olhos baixos.)
Os Homens - Vem abraçar a gente!
As Mulheres - A nós primeiramente!
Barnabé -Vão amarrotar-lhe o vestido!
Abraça apenas teu marido!
Clarinha -Da mesma forma amarrotá-lo-ia!
Cardoso (Repelindo Barnabé.) - Sim! sim! Pra trás!
As Mulheres - Então Clarinha,
Que dizes tu desta festinha
Clarinha - Que digo eu?
As Mulheres -Fala!
Clarinha - Não sei.
Romança
I
- Meus qu’ridos pais, vós dissestes-me um dia
Que era preciso de estado mudar:
Contrariar-vos eu não pretendia,
E consenti sem me fazer rogar.
Mas, com franqueza, aqui digo e sustento
Que ignoro ainda em que vou me meter...
Que poderei dizer do casamento?
Eu nada sei, nada posso dizer...
Coro
Candura só Clarinha tem!
Barnabé - Ela nada sabe! Ainda bem!
II
Clarinha - Aqui fiquei, orfãzinha inocente,
E resolvestes mandar-me educar;
Tudo aprendi, isto é, tão somente
O que uma moça não deve ignorar.
Fui até hoje ajuizada e modesta,
E de hoje em diante de certo o serei;
Mas só direi o que penso da festa
Quando souber, pois ora não sei...
Coro
- Candura só Clarinha tem!
Barnabé - Ela nada sabe! Ainda bem!...
Botelho - Para a Matriz marchar sem mais demora!
Cardoso - Para a Matriz? Cedo inda é!
Temos por nós inda uma hora,
Para cair num balancé!
Barnabé - Vou para perto da Matriz,
Sentar-me vou no chafariz,
Pois junto ao templo do himeneu,
Mais paciência terei eu!
Coro
- Pois dito está!
Vamos pra lá!
Que prazer,
Que alegria
Deve haver
Neste dia!
Pois Clarinha
Casadinha
Enfim nós vamos ver!
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Poesia Consagrada :
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