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Nova Viagem à Lua - Ato terceiro - Cena I
O teatro representa a sala da sociedade carnavalesca Netos da Lua, no domingo gordo. Mobília suntuosa, piano, lustre, jarras, flores, bandeiras, etc. Três janelas de sacada ao fundo, deitando para a Rua do Visconde do Rio Branco. Na primeira porta da esquerda, um escudo azul e branco, tendo no centro, em diagonal as iniciais N. L., e encimado por duas carrancas enlaçadas com um pano verde.
Cena I
Augusto, Silva, Doutor Cábula, Fonseca, Sara, Chiquinha, e máscaras, depois Machadinho e Luís
(Ao levantar o pano, Todos os que se acham em cena dançam freneticamente uma valsa, acompanhada pela orquestra. Ardem fogos-de-bengala nas sacadas. O Doutor Cábula é o único que não se acha fantasiado e mascarado.)
Todos (Depois da valsa, extenuados e tirando as máscaras.) - Vivam os Netos da Lua! Vivam! Vivam!
Doutor Cábula (Subindo a uma cadeira.) - Meus filhos e filhas! (Bate palma.) Atenção! (Faz-se silêncio.) Nas lutas, nas terapêuticas polares e essenciais dos sentimentos aquosos, nas nevroses contemplativas das explosões hodiernas, retumbam os desmoronados cimentos das convulsões que produzem os infinitos cataclismas sociais. Et ego vacueretes mea tibi ajaceo. Santo Agostinho, capítulo terceiro, título quarto, artigo nono. (À parte.) Que chorrilho! (Alto.) Nas idéias principais à absorção conscienciosa dos raios solares, cifram-se os tríduos confidenciais dos conciliábulos meditabundos dos desenvolvimentos gerais, das magnitudes do nosso partido. - Não! não há partidos! a banca é lisa!
Todos - Entre na questão!
Doutor Cábula - Moderai os ânimos esquentados, meus filhos: ira perturbere regulamentum mente in aquare vobis. Santo Inácio de Loiola, capítulo sétimo, parágrafo décimo do Regulamento dos Bondes da Vila Isabel!
Todos - Muito bem! Ah! Ah! Ah!
Doutor Cábula (Sempre com extrema volubilidade.) - A decrepitude senil de meu crânio vetusto resolve a algidez dos rijos materiais à contradição palpável dos princípios imutáveis e perenes da indústria manufatureira dos abacaxis.
Todos - Ah! Ah! Ah! Bravo!
Doutor Cábula - Ride, ride...risum est apetitum carnivoros comedere. (Isto é meu) A aurora dos tempos sublimes dos areópagos indefiníveis...
Augusto - Não sejas amolador, ó Cábula! Sai daí. (Dá um pontapé na cadeira e o Doutor Cábula cai no chão.)
Doutor Cábula (Erguendo-se.) - Que cábula!
Silva (Saindo de uma das sacadas, onde tem estado desde que terminou a valsa.) Aí vem o Machadinho: conheci-o pelo andar.
Todos - O Machadinho! -Ainda bem! - Já tardava! - etc.
Coro - Oh! que prazer!
Ele aí vem!
Nós vamos rir,
pois jeito tem
pra divertir!
vamos Todos sem demora
o amigo receber
agora.
Augusto - Que novidade nos trará?
Doutor Cábula - Aposto que rir nos fará!
Augusto - Temos panos para mangas.
Doutor Cábula - Frandulagens, bruzundangas.
Coro - Eis que ele aí vem,
Luís também!
(Entram Machadinho e Luís fantasiados também.)
Rondó e Coro
Machadinho - Meus folgazões,
meus foliões,
finalmente aqui nos tem!
Vamos ver
hoje quem
tem garrafas pra vender!
Ouvi, meus amigos,
da festa os artigos:
Primo: quem deixar
de rir e folgar
levará sopapos;
em papos, em papos
de aranha andará;
suspenso será!
Secundo: é vedado
brincar mascarado;
intrusos então
se introduzirão.
Tércio: mui respeito
se deve ao sujeito
velhote que está
dormindo acolá.
Quem estes artigos
infringir! castigos
severo terá;
punido será.
É bom haver ordem,
pois qualquer desordem
não pode abonar
quem a praticar.
- Meus folgazões,
meus foliões,
finalmente aqui nos tem!
Vamos ver
hoje quem
tem garrafas pra vender!
Coro - Os folgazões,
os foliões,
finalmente aqui os tem!
Vamos ver
hoje quem
tem garrafas pra vender!
Machadinho - Toca para a sala de jantar. Está posta a ceia. Aviem-se que preciso de vocês.
Todos - Viva o Machadinho!
Doutor Cábula (Ao Machadinho.) - Eu te abençôo do fundo do meu estômago. (Saem Todos menos Machadinho e Luís. Música na orquestra durante a saída.)
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