CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Nova Viagem à Lua - Ato terceiro - Cena XI

Cena XI

Doutor Cábula, Luís, Santos escondidos, e Arruda que entra de braços dados com Sara

Santos (À parte, deitando a cabeça fora da cortina.) - É ele! Reconheço-o como se não o visse há quinze dias, e, no entanto, já lá vão trinta anos. (Dando com Sara.) Ela! Olé! Foi bom eu vir aqui. Deixa estar, que não me apanhas mais vintém!

Arruda (Rendido, a Sara.) - Tu é muito bonitinha, ladrãozinho. Quando eu te vi, seu bem, meu coração pegô a batê zuque, zuque, zuque; com uma força iguá à da engenhoca d’água da comadre Inclementina. (Senta-se.)Tu não conhece a Inclementina? Aquela do Juiz de Fora!... Home é tão conhecida! Vacês aqui na Lua diz que sabe de tudo! - Ah! seu ladrão! Eu posso fazê a tua felicidade. Sou podre de rico!

Sara - Sei que é muito rico: tens fazenda em Ubá, em Maçambará...

Arruda - É... é... Como ela sabe de tudo home!

Sara - Bebê, fica... fica aqui comigo...

Arruda - Ela não saberá que eu sou casado?

Sara - Sei que és casado, mas...

Arruda (À parte.) - Ai, ai,...

Sara - Mas se quisesses?

Arruda - Casar outra vez?

Dueto

Doutor Cábula (Saindo da sacada e aproximando-se.) - Então, meu caro Senhor Arruda, está melhor aqui do que na Terra, hein?

Arruda - Ah! vacê tava aí? Me farte a luz na hora da morte se eu lhe vi... Home, vacê qué que eu fale?

Doutor Cábula - Com franqueza.

Arruda - Pois home; Seu Assis, diabos a Terra! Aqui os are são mió. (Santos sai também da sacada e se aproxima.) Quem é este frade? Na Lua também há disto?

Santos - Ora, senhores! Um homem sério!... Um funcionário quase aposentado e pai de cinco filhos!...

Arruda - Pra que é essa coisa que vacê traz na cara?

Doutor Cábula - É da Ordem... é da Ordem...

Sara (À parte.) - Eu conheço aqueles olhos... Mas, qual! é impossível! Ele não freqüenta sociedades carnavalescas..

Santos (À parte.) - É ela mesma. Não me apanha mais vintém.

Luís (Saindo por sua vez da sacada e descendo a cena.) - Não prolonguemos por mais tempo esta cena. É demais! Vamos, Senhor Santos...

Arruda - Senhô Santos! Meu filho, Vossa Majestade disse - Senhô Santos?

Luís - Tire a máscara.

Santos (Tirando a máscara e avançando para Arruda.) - Então, você não disse que não vinha mais à corte?

Arruda (Assombrado.) - O Santos!...

Santos - Veio ou não veio à corte?

Arruda - Que corte, home! Lua não é corte!

Santos - O que diz ele? (Aparece Machadinho.)

Doutor Cábula - Que cábula!

Sara (Embaraçada desde que Santos tirou a máscara, à parte.) - Me voila pincée.

Submited by

quarta-feira, abril 15, 2009 - 23:24

Poesia Consagrada :

No votes yet

ArturdeAzevedo

imagem de ArturdeAzevedo
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 14 anos 12 semanas
Membro desde: 04/15/2009
Conteúdos:
Pontos: 450

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of ArturdeAzevedo

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Soneto Eterna Dor 1 2.127 10/20/2020 - 19:06 Português
Fotos/ - Artur de Azevedo 0 1.945 11/23/2010 - 23:37 Português
Poesia Consagrada/Teatro Amor por Anexins - Intodução 0 2.179 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro Amor por Anexins - Cena I 0 2.365 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro Amor por Anexins - Cena II 0 2.422 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro Amor por Anexins - Cena III 0 2.320 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro Amor por Anexins - Cena IV 0 2.176 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro Amor por Anexins - Cena V 0 2.310 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro Amor por Anexins - Cena VI 0 2.006 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro Amor por Anexins - Cena VII 0 2.269 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Segundo - Cena VI 0 1.151 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Segundo - Cena VII 0 1.106 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Segundo - Cena VIII 0 1.633 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Segundo - Cena IX 0 1.265 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena I 0 1.898 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena II 0 1.765 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena III 0 1.941 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena IV 0 1.873 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena V 0 2.048 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena VI 0 2.296 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena VII 0 1.875 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena VIII 0 1.964 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Terceiro - Cena IX 0 1.683 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Primeiro - Cena II 0 1.235 11/19/2010 - 15:53 Português
Poesia Consagrada/Teatro A Jóia - Ato Primeiro - Cena III 0 1.237 11/19/2010 - 15:53 Português