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O Soldado Espanhol : Parte II

Ainsi donc aujourd'hui, demain, après encore, Il faudra voir sans toi naitre et mourir l'aurore!

V. Hugo

E o espanhol viril, nobre e formoso,
No bandolim
Seus amores dizia mavioso,
Cantando assim:

"Já me vou por mar em fora
Daqui longe a mover guerra,
Já me vou, deixando tudo,
Meus amores, minha terra.

"Já me vou lidar em guerras,
Vou-me à índia Ocidental;
Hei de ter novos amores...
De guerras... não temas ai.

"Não chores, não, tão coitada,
Não chores por t'eu deixar;
Não chores que assim me custa
O pranto meu sofrear.

"Não chores! - sou como o Cid
Partindo para a campanha;
Não ceifarei tantos louros,
Mas terei pena tamanha."

E a amante que assim o via
Partir-se tão desditoso,
— Vai, mas volta; lhe dizia:
Volta, sim, vitorioso.

"Como o Cid, oh! crua sorte!
Não me vou nesta campanha
Guerrear contra o crescente,
Porém sim contra os d'Espanha!

"Não me aterram; porém sinto
Cerrar-se o meu coração,
Sinto deixar-te, meu anjo,
Meu prazer, minha afeição.

"Como é doce o romper d'alva,
É-me doce o teu sorrir,
Doce e puro, qual d'estrela
De noite — o meigo luzir.

"Eram meus teus pensamentos,
Teu prazer minha alegria,
Doirada fonte d'encantos,
Fonte da minha poesia.

"Vou-me longe, e o peito levo
Rasgado de acerba dor,
Mas comigo vão teus votos,
Teus encantos, teu amor!

"Já me vou lidar em guerras,
Vou-me à índia Ocidental;
Hei de ter novos amores...
De guerras... não temas ai."

Esta era a canção que acompanhava
No bandolim,
Tão triste, que triste não chorava
Dizendo assim.

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segunda-feira, abril 27, 2009 - 03:31

Poesia Consagrada :

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AntonioGoncalvesDias

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