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Uma Véspera de Reis - Cena XII
Cena XII
Os mesmos e Reis
Reis (Traz um cachimbo aceso e um cálice de aguardente que oferece a Bermudes.) - Aqui tem, compadre, o cachimbo e um golinho de aguardente para refrescar. (Cumprimenta Alberto.)
Bermudes (Fumando.) - Meu sobrinho, de quem tantas vezes falamos.
Reis - Ah! Sim?... Como está, senhor doutor? Sinto que nunca nos viesse ver...
Bermudes - Quem teve a culpa foi esse seu criado. Não lho apresentei, porque disse lá comigo: Quanto menos conhecimento tiver, mais depressa andará em seus estudos...
Reis (Amável.) - E como soube que estava aqui o senhor seu tio, doutor?
Bermudes - Seguiu-nos...
Reis - Oh! e por que não falou logo?...
Alberto - É que a princípio duvidei que fosse meu tio; mas depois que vi entrarem as malas...
Reis - Então foi pelas malas que o conheceu?
Bermudes - É que elas trazem o meu nome...
Reis - Ahn...
Alberto (À parte.) - Feliz acaso...
Bermudes - Compadre, vamos para o tal sótão... Quero conversar com este rapaz sobre seus estudos, sua vida na cidade. (A Alberto.) Quero dizer-te também o que me fez sair do meu sossego...
Alberto (À parte.) - Bis.
Bermudes - E mostrar-te uma ferida que tenho... mas não te mostro, não. Tu já tens tempo de sobra para saber...
Alberto (Com importância.) - Ora!
Bermudes - Talvez seja alguma... Boêmia, hein?...
Alberto - Que disparate, meu tio!
Reis - Vamos, compadre. Passemos pelo corredor! (Saem pelo fundo.)
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