Mulher

Montanha ou monte,
não há pedra em bruto
que me sirva o propósito
de te exprimir.
Não cabes na tela
por todas as cores
e técnicas de pincelar.
Quantas palavras
seriam precisas
para te alcançar?
Qual costela de Adão
qual quê?
Seriam necessarios mais de
mil esqueletos do homem
para que existisses.
E não é na carne e no osso
que vingas.
Sou fruto
de teres sido fecundada
E futuro serei por te fecundar.
Devias ser verbo.
Existes em todas as formas de existir.
Em todos os tempos.
Mais não ousarei
na pequenez das minhas palavras.
Sem rosas oferecidas
poemas dedicados
e serenatas que te alcancem,
és mulher
com tudo e todos
que tal designação carrega.
Enorme.

Carlos Cabecinha