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Cair da folha...
No Outono, quando as árvores se despem e deixam cair
por terra, o dourado da sua entrega,
será que se esquecem que se vestiram de esperança
o resto do ano?
Há um egoísmo des(humano) na mudança...
Ainda nos falta aprender que não devemos esquecer o amor,
mesmo que tenha sido breve,
ou tenha roubado o sal dos nossos olhos...
O amor deve ficar connosco,
mesmo o que passa...
Devemos guarda-lo numa taça da nossa alma,
para sorvê-lo em golos espaçados,
mais tarde,
com calma,
quando a dor tiver passado...
O amor arde e consome-nos,
mas no fim restam as cinzas,
que também aquecem e o calor da pele tolera melhor...
Há nele uma parte de nós que não deve morrer,
que existiu, que foi real, que importou...
Uma primavera antes do Outono,
quando se despem as árvores...
O abandono do que foi, é a amputação do que somos,
um membro fantasma doloroso...
Deixemos que adormeça devagar,
que acorde transformado, tranquilo,amadurecido...
Que seja uma recordação feliz e não um sentimento penoso
a devorar-nos a carne...
Deixemos que pertença à alma e se esqueça do corpo ferido e orgulhoso...
Deixemos que faça sentido, porque nos fez importantes,
a nós e aos outros que nos importaram...
Permitamos que tenha sido bonito, porque valeu a pena!
Guardemos os instantes felizes, os momentos só nossos,
o brilho de cada olhar, os movimentos partilhados...
Que dure para sempre, porque foi digno de durar
e nos perpetua no infinito!
Inês Dunas
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Poesia :
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Comentários
Pena e sorte...
Pena por me faltar talento para descrever assim, o outono de tudo o que me acontece e sorte porque existes, para dizeres como devemos preparar cada um desses, outonos nossos...
Rui
:))
Olá Rui!! Talento, ja disse e repito, é coisa que não te falta, poderás com certeza, descrever muito bem os Outonos, bem como as restantes estações do ano daquilo q somos!
Um grande beijinho em ti e muito obrigada pela leitura e simpatia do teu comentario!
Inês
Belo... Gostei muito. Traduz
Belo...
Gostei muito.
Traduz uma maturidade de sentimentos muito grande.
... não fosse eu concordar na totalidade com esta tua
composição poética toda ela embebida na emoção "racionalizada",
transmutada do amor passado e agora esclarecido...
O paradoxo: quando se é cegado pela irracionalidade das paixões,
cai o desespero e a revolta!
Parabéns!
Abraço.
:)
Ola Ricardo Rodeia, muito obrigada pela siua leitura e por ter partilhado a sua perspectiva do meu poema, de facto, nem sempre é facil refrearmos a dor da perda, pq no fundo é isso que nos revolta é a dor de perder, a frustração de não se manter aquilo que se quer...
Beijinho em si!
Inês Dunas