CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Chuva ácida...

Há um sabor a chuva na noite dos teus olhos,
um gotejar de lamento ácido,
que corrói as palavras e as rasga numa dor contida...
Talvez tenha sido um tormento efémero,
infantil, imaturo, ridículo até...
Um amor de verão que começou porque estavas receptivo
e te apetecia devorar o mundo em gargalhadas,
mas não terminou sem te trazer a noite...
Perdeu a beleza pueril de construir castelos na areia molhada
e hoje é um sofrimento puro que te veste da cabeça aos pés...
Sim. Amaste.
A pontuação já explicou tudo.
Terminou, como terminam as férias grandes dos miúdos...
Passou a correr e tu ficaste para trás,
encolhido, cheio de medo, cheio de vazio...
E o frio abraçou-te e choveste e desfolhaste-te
e hibernaste dentro de uma concha, ou de uma caverna sem luz...
A espera de uma Primavera que nunca veio,
que se atrasou a ver as flores à janela e se esqueceu de ti...
Houveram gestos de promessas que não fizemos,
que comeram os restos que ficaram no prato das frustrações...
E aqui jazem as migalhas das ilusões todas,
entre a chuva que escorre por ti abaixo,
debaixo do olhar de tanta gente,
que não sente o sabor a amor nos teus olhos...

Inês Dunas

Libris Scripta Est

Submited by

segunda-feira, dezembro 12, 2011 - 22:50

Poesia :

No votes yet

Librisscriptaest

imagem de Librisscriptaest
Offline
Título: Moderador Prosa
Última vez online: há 10 anos 48 semanas
Membro desde: 12/09/2009
Conteúdos:
Pontos: 2710

Comentários

imagem de Odete Ferreira

Tal como a chuva ácida destrói

Tal como a chuva ácida destrói, secando tudo à sua volta,

onde antes floresceram as belas plantas da terra,

assim este amor nasceu e se apagou, não sem a dor do processo...

Gostei de te ler!

Bjo

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Librisscriptaest

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Tristeza Quimeras... 2 4.881 06/27/2012 - 16:00 Português
Poesia/Geral Presa no transito numa sexta à noite... 2 2.683 04/12/2012 - 17:23 Português
Poesia/Dedicado Santa Apolónia ou Campanhã... 2 1.868 04/06/2012 - 20:28 Português
Prosas/Outros Gotas sólidas de gaz... 0 2.117 04/05/2012 - 19:00 Português
Poesia/Geral Salinas pluviais... 1 2.421 01/26/2012 - 15:29 Português
Prosas/Outros Relicário... 0 2.513 01/25/2012 - 13:23 Português
Poesia/Geral A covardia das nuvens... 0 3.011 01/05/2012 - 20:58 Português
Poesia/Dedicado Arco-Iris... 0 3.166 12/28/2011 - 19:33 Português
Poesia/Amor A (O) que sabe o amor? 0 2.704 12/19/2011 - 12:11 Português
Poesia/Geral Chuva ácida... 1 2.382 12/13/2011 - 02:22 Português
Poesia/Geral Xeque-Mate... 2 2.338 12/09/2011 - 19:32 Português
Prosas/Outros Maré da meia tarde... 0 2.510 12/06/2011 - 01:13 Português
Poesia/Meditação Cair da folha... 4 3.070 12/05/2011 - 00:15 Português
Poesia/Desilusão Cegueira... 0 2.642 11/30/2011 - 16:31 Português
Poesia/Geral Pedestais... 0 2.860 11/24/2011 - 18:14 Português
Poesia/Dedicado A primeira Primavera... 1 2.640 11/16/2011 - 01:03 Português
Poesia/Geral Vicissitudes... 2 2.983 11/16/2011 - 00:57 Português
Poesia/Geral As intermitências da vida... 1 2.945 10/24/2011 - 22:09 Português
Poesia/Dedicado O silêncio é de ouro... 4 2.604 10/20/2011 - 16:56 Português
Poesia/Geral As 4 estações de Vivaldi... 4 3.406 10/11/2011 - 12:24 Português
Poesia/Geral Contrações (In)voluntárias... 0 2.560 10/03/2011 - 19:10 Português
Poesia/Geral Adeus o que é de Deus... 0 2.552 09/27/2011 - 08:56 Português
Poesia/Geral Limite 2 3.027 09/22/2011 - 22:32 Português
Poesia/Geral Quem nunca fomos... 0 3.130 09/15/2011 - 09:33 Português
Poesia/Geral Antes da palavra... 1 3.698 09/08/2011 - 19:27 Português