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COMO A PRIMEIRA VEZ

Era fim de tarde,
Não posso precisar com clareza
Mas creio que eram cerca de seis horas,
Pois no radio anunciava a ave Maria.

As primeiras luzes da rua se acendiam,
A boca da noite tragava o restinho do dia,
Bem lentamente...
Aos poleiros se ajuntavam as aves domesticas,
E as aves noturnas (corujas...)
Soavam seus cânticos melancólicos.

Aos solavancos como um barco numa tempestade,
Aos sopapos, como um peixe num anzol;
Aos pulos como um animal bravio...
Meu coração sacolejava dentro do meu peito,
Coisa, que mais parecia ecos de trovões em dias de chuva.

Sem um piscar se quer,
Meus olhos fitavam o começo da rua lá longe.
A espera me incomodava,
O desejo me aborrecia;
A paciência me faltava;
Uma louca vontade me consumia;
Minhas mãos comichavam;
Meu tesão ardia;
Eu queria fugir de tudo aquilo,
Mas não conseguia me mover os pés...
Menos ainda controlar minha espera.

De repente ouço passos as minhas costas,
E alguém com uma voz que me domina me diz:
Amor, eu estava morrendo de saudades de ti...
Ergo-me de onde estou sentado,
E tu, a mulher mais linda que conheço me oferta a boca
Para um delicioso beijo...
Então após o beijo eu desmorono,
E tudo o mais some da minha mente,
Apenas te desejo ardentemente,
E te amo como se fosse à primeira vez.
 

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segunda-feira, março 14, 2011 - 13:19

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POETA DE BRASILIA

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