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Confortavelmente atónico

Não doendo, doía
Esta existência sólida e má
Porque já
Doer já não sentia

Sob esta distante lógica de pensamento
Aos frustrados olhos agónicos
A ilusão do mundo sentido
Cujo felicidade é só ser feliz
E morre o tempo inexistente renascido
E amar já não é amor.
Não doendo dói
Esta existência sólida e vil
Desprezível….
Impossível sentimento do….

Tédio

Não vivo, mal vegeto, duro apenas
Vazio dos sentidos por êxito;
Não tenho infelizmente sequer apenas
E o meu mal é ser (alheio a Cristo)
Nestas horas doridas e serenas
Completamente consciente disto

Minha alma delirante
Num naufrágio junto ao cais! ….

Sei que sou um deus próprio
Das coisas infinitas do meu ser
Também sou inutilmente ateu.
Um eco num horizonte distante.
Divisões em ruínas, de castelos arruinados
Pensamento que tudo isto possa ser
Um juízo de um Deus menor….

No dia sem razão
Ser vazio e tudo em vão
Do sentimento pensado
De estar onde não quero.
Horas dolorosas
Em imagens absortas.

O cansaço que sou
Tem início, ou fim……ou….
Caminhos vazios do sentimento
Mente sem pensamento!

Tudo é um excesso
No meu coração possesso
Ninguém sabe o que sente?
Um abismo inerente
Entre a morte e a vida
Onde tudo é impossivelmente possível
Onde qualquer mal é concebível.

Dor consciente de vida findável
Num abismo nocturno e caótico do ser
Que entra no meu pensamento audível
Onde nada se pode fazer….

Desespero de te sentir na alma
E não saberes da minha existência
Neste coração triste sem calma
Num abismo de consciência
Neste céu vazio
De esperança na saudade
Inconscientemente frio
Um peregrino da religiosidade
Estrangeiro de não ser ninguém
Universo doloroso
Mágoas fora da dor….

Lembrança exacta de nada sentir
De não me encontrar
Minha paisagem a partir
Que passou sem lembrar.
Deixem-me em sossego
Porque somos nada quando somos sós!

Angustiado de não sentir
Nesta alma, quem a ame.
Asfixia esta mão inútil
Não tenho neste pensamento fútil
Vontade de pensar
Minhas mágoas profundas
Inundadas no meu choro
Por uma saudade vaga e indecisa
Neste despertar tardio.

Tédio amargo de sonhar
Vazia esta ausência que dói.

Submited by

sexta-feira, junho 20, 2008 - 16:43

Poesia :

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archangel

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Comentários

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Re: Confortavelmente atónico

As emoções são a realidade da escrita!

:-)

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Re: Confortavelmente atónico

Adorei este teu trabalho, deveras muitos parabens... e cheio de força e ao mesmo tempo uma suavidade fluida de palavras

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