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Ela
Liga-te e finges não ouvir o vulgar toque,
Quando diz as palavras empanturradas de provas,
Que te tentam puxar as pálpebras,
Despegaste e caminhas para lá
Adiando o que já viste de longe
E receias enfrentar.
Quando ela te escreve não respondes.
Fechas todas as portas que a ligam a ti
sem atentar à extensa fala
Que te tira o apetite à noite
E te enjoa com tanta coisa reles e inutil.
A visão sem dignidade de um homem sem jeito
característico da cobardia humana.
Ela olha-te e diz que te ama
Sabe que te podia ter
Se não fosse o mandriar que te consome,
Porém continua a tomar-te a mão
E a dizê-lo sem cessar a vontade de o fazer.
Ela anseia a tua afeição guardada.
Consegues ver nesses olhos baços como ela chora?
Como ela se estende a ti,com os braços abertos apenas a ti
E ver-te largares o seu coração com se não te apercebesses?
Destroças o seu coração!
É algo que ela não quer entender,
Não espera que respondas,
Não se abandona à esperança de decifrares os seus ditos.
Descolas cada peça componente do membro que bombeia
E atiras frente aos seus olhos.
Destroças o seu coração e ela
Espera que te deites ao seu lado esta noite.
A rigidez farta que percorre o corpo põe-na doente
E já lhe faltam as forças para continuar a respirar.
Destroças o seu coração!
Esperas que ela se deite hoje a teu lado
Mas dormes com o outro lado gelado e descoberto,
Pois amar é querer bem alguém
E ela optou por querer o bem da pessoa que valia importar:
Ela.
____________________________________________________
Autor:Ana Pinto
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Comentários
Re: Ela
Bom poema, gostei de ler! :-)
Re: Ela
Que bela alegoria sob a necessidade de nos conhecermos.
Belo texto!