Folhas Brancas

Pasmemos a alvura irredutível

Das folhas brancas a entardecer.

Não dormem não beijam não matam,

Nem fazem planos de negócios.

Há paz e credo por entre veios

E seios que colam em mim,

Bem sei, bem sei!

À larga vem peste

Picar-lhes o dorso,

E por entre gemidos

E esfregões doces

Dobram secas as palavras

Que levo à tona das mãos.

Até que a dor gele e escorra

Sou fiel às folhas brancas;

Lacero virginal os cabelos

E fecho os olhos

Ao amanhecer.