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Incógnita
Faz de conta que não me ouviu
Que eu não disse nada
Ignore todas as orientações
Siga o seu próprio conselho
E não dê ouvidos aos designíos
Que prometem coisas irreais
Quem sabe um mundo novo
Onde as pessoas são legais.
Faz de conta que não existe regras
Que você pode fazer o que quiser
Onde e como vier na sua cabeça
Ignore os avisos de atenção
As mensagens de alertas
E apenas siga os seus instintos
Como se o mundo lhe pertencesse
Como se nada fizesse sentido algum.
Tudo pode parecer normal
Mas nada faz sentido quando se olha atentamente
Não sabemos bem o que se passa no coração
Mesmo a pessoa olhando em sua direção
Os segredos e mistérios de cada um
São lugares onde ninguém consegue entrar
E tudo não passa de uma incógnita
Um buraco negro sem fim
Que suga todas as nossas esperanças
E trucidam os nossos mais belos sonhos
Transformando-os em pesadelos reais
De um mundo que caminha para o caos.
Não precisa fazer um julgamento
Eu bem sei que minhas palavras são pesadas
Elas ferem os ouvidos mais sensíveis
Perturbam aqueles acomodados
Inertes em suas zonas de confortos
Como se nada mais fosse necessário
Como se a vida fosse apenas mais uma falha
Nas engrenagens da existência.
Podem até pedir para que eu pare
Que fique em silêncio e deixe de perturbar
Mas isso não irá acontecer
Porque as minhas palavras são as armas
Que irá esmiuçar as mentes insossas
Incomodar os corações perdidos
E chacoalhar as mentes cauterizadas
Levando-as a pensar de forma diferente
E enxergar a realidade em que estamos inseridos.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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