CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Ment(e)iras...
A minha alma faleceu ontem de madrugada,
declarei-lhe o óbito,
na ausência de sinais vitais...
Em lágrimas arranquei-a de mim, pela raiz,
dissequei-a,
separando cirurgicamente
cada fragmento,
cada sentimento,
cada principio activo dos fármacos dos meus sonhos...
Fiz uma biopsia,
procurei tumores e temores
procurei as causas do estado vegetativo
do sofrimento...
Não tinha nenhuma má formação,
não tinha problemas de cromossomas...
Na soma de tanta investigação,
de tanto corte,
profanando-lhe a morte,
para descobrir d q tinha padecido,
percebi q o mal era externo,
a doença nunca tinha morado em mim...
Foi vitima de maus tratos...
Viveu um inferno,
deu tudo de si,
mas foi espancada diariamente,
por um amor bêbado,
q lhe batia porque gostava dela...
Foi violada por mentiras
de mentes iradas e despedaçadas,
todos os dias...
Morderam-lhe os seios dos sonhos
até lhe arrancarem os mamilos,
puxaram-lhe os braços até rasgar
os tecidos...
Morreu entre gemidos e lamentos
ante os olhos de todos...
Meteram-lhe um freio na boca para
a obrigar a morrer devagar...
Meteram-lhe molhos de flores murchas
por cima do corpo,
para tapar-lhe as nódoas negras
e as amputações...
Sofreu horrores, respirou tormentos
e ainda assim viveu tanto tempo
ligada à maquina das ilusões...
Ninguém lhe segurou a mão,
ninguém rezou por ela,
ninguém lhe pediu perdão...
A minha alma faleceu ontem de madrugada,
declarei-lhe o óbito,
na ausência de sinais vitais...
Foi espancada por um amor bêbado,
q lhe batia porque gostava dela...
Inês Dunas
Libris Scripta Est
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 764 leituras
Add comment
other contents of Librisscriptaest
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Geral | Não se morre duas vezes... | 0 | 1.329 | 09/04/2011 - 09:35 | Português | |
Poesia/Geral | O mel do masoquismo... | 0 | 1.348 | 08/31/2011 - 09:10 | Português | |
Poesia/Geral | O berço do sonho... | 1 | 975 | 08/26/2011 - 10:19 | Português | |
Prosas/Outros | A queda dos anjos... | 0 | 1.619 | 08/02/2011 - 11:48 | Português | |
Prosas/Outros | A lenda da espera... | 0 | 1.639 | 07/25/2011 - 10:04 | Português | |
Poesia/Desilusão | A teoria das cordas... | 2 | 1.277 | 07/24/2011 - 19:46 | Português | |
Poesia/Geral | Vidro moído... | 0 | 1.480 | 07/24/2011 - 10:37 | Português | |
Poesia/Meditação | Heritage... | 2 | 1.192 | 07/14/2011 - 18:59 | Português | |
Poesia/Dedicado | O cronómetro... | 1 | 1.016 | 07/12/2011 - 16:23 | Português | |
Poesia/Dedicado | Se Strauss fosse bucólico... | 0 | 1.044 | 07/11/2011 - 09:53 | Português | |
Poesia/Tristeza | Escombros no luar dos dias... | 1 | 1.047 | 06/21/2011 - 17:08 | Português | |
Poesia/Tristeza | Os ninhos das garças... | 0 | 985 | 05/11/2011 - 23:04 | Português | |
Poesia/Amor | O sussurro das colheres... | 1 | 1.260 | 05/05/2011 - 11:17 | Português | |
Prosas/Tristeza | Pobre Manta de Retalhos... | 0 | 1.502 | 05/05/2011 - 11:07 | Português | |
Poesia/Tristeza | A fábula da bela adormecida e da cobra... | 5 | 2.151 | 04/22/2011 - 12:30 | Português | |
Poesia/Tristeza | Meus senhores, silêncio, por favor... | 2 | 1.752 | 04/10/2011 - 12:02 | Português | |
Poesia/Desilusão | Sede... | 4 | 3.363 | 03/29/2011 - 12:13 | Português | |
Poesia/Amor | Circulo Perfeito... | 5 | 1.509 | 03/16/2011 - 16:03 | Português | |
Poesia/Tristeza | Hipotermia... | 3 | 1.188 | 03/10/2011 - 20:16 | Português | |
Poesia/Dedicado | Genesis... | 1 | 1.069 | 03/07/2011 - 18:31 | Português | |
Poesia/Tristeza | SohnoS... | 1 | 1.176 | 02/28/2011 - 22:33 | Português | |
Poesia/Amor | (Des)Encontro... | 4 | 1.712 | 02/24/2011 - 16:46 | Português | |
Prosas/Pensamentos | ... | 0 | 2.103 | 02/19/2011 - 14:43 | Português | |
Poesia/Tristeza | Acluofobia... | 2 | 1.599 | 02/17/2011 - 16:13 | Português | |
Poesia/Geral | Glândulas sudorí(feras?)... | 2 | 1.705 | 02/11/2011 - 10:15 | Português |
Comentários
Re: Ment(e)iras...
Um poema em que se sente cada fragmento com emoção!!!
Um poema intenso!!!
:-)
Re: Ment(e)iras...
Libriss :-D
Mente brilhante!
Excelente o texto,
muito bem elaborado ....
Gosto de te ler, e reler!!!
Beijinho-luz para ti..
mm
Re: Ment(e)iras...
Inês,
O teu poema é lindo, mas acredita que enquanto o lia arrepiei-me aos limites desse sofrimento enquanto o elevaste num amor ilusório:
"Meteram-lhe um freio na boca para
a obrigar a morrer devagar...
Meteram-lhe molhos de flores murchas
por cima do corpo,
para tapar-lhe as nódoas negras
e as amputações..."
Beijinho
Carla
Re: Ment(e)iras...
Libri,
Poema profundo, lava a alma embora morreu de tanto sofrimento mais ainda grita por renovo.
Beijos no coração.
Re: Ment(e)iras...
Inês, quase sem palavras para comentar o poema que é todo ele triste, mas as palavras que tenho são para dizer que acho a tua escrita genial. Parabéns.
Brilhante
Abraço
Nuno
Re: Ment(e)iras...
Que triste Inês, volta para nós...
Bem, este poema é uma junção de sentimentos, de emoções à flor da pele!
Fez-me pensar e pensar...
Uma realidade cada vez mais presente, infelizmente!
Gostei muito minha linda...
Beijinho, como gosto de si!
Re: Ment(e)iras...
De saída e lendo-te através uma alma bem viva e linda, me despeço até para a semana.
beijos e Páscoa feliz Linda Inês
Dolores Marques (Ônix)
Re: Ment(e)iras...
Paz à tua alma!
Que o ultimo cortejo, o fúnebre se realize entre cardos e rosas, que os acrobatas façam a magia de posses impossiveis, que a banda toque os ultimos acordes.
E depois....
E depois que renasças, com essa garra, essa coragem, essa alegria contagiante e nos transportes através da escrita a nós mortais, para um qualquer lugar distante...
Onde o Amor faça sonhar e a saudade seja um divagar.
Gostei bastante!
Beijos em ti