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Ímpar...
Sentei-me no baloiço do tempo...
Embalada por uma brisa de memorias secas,
desidratadas...
Desfolhando as historias dos meus capítulos,
enquanto andava de escorrega...
Dando cambalhotas, nas voltas
dos desencontros, tontos...
Jogando à cabra-cega comigo mesma...
Persegui...
um, dois, três, macaquinhos do chinês!
Assanhados e sozinhos que de oriental nunca tiveram nada...
(Mas faziam macacadas e subiam às árvores...)
Arregacei as mangas aos sonhos,
joguei ao elástico com o meu coração
e ele esticou o mais q pôde...
Fiquei ali...
Sentada no chão...
Contando as missangas dos momentos bons...
Dançando nos sons mornos da aprendizagem...
Saltando ao eixo,
evitando ver o mundo abaixo da linha do queixo...
(A verdade é dolorosa
porém bela, como rosa cheia de espinhos...)
Joguei à apanhada com a tua imagem
q se desvanecia e desaparecia nos quadrados
dos policias e ladrões...
Rodei como os piões q rodavam na mão...
Aprendi a andar de bicicleta sem olhos,
sem mãos, sem travão...
Arrisquei o meu mundo, os meus valores,
o meu chão, porque percebi...
Q sem ti, tudo se aquieta...
Estagna, morre...
(mas não dói...)
Liberta-se a dor a que chamei amor
nesta visão distorcida da minha vida...
Nunca procurei pertencer,
entregar-me, dar-me, aceitar-me...
Depois...
Percebi q dois eram melhor q meio...
Procurei entender, esperar, partilhar...
Procurei apenas amar...
Procurei ser aquilo q nunca tinha sido...
Complemento de parte igual,
chávena do teu pires,
peça do teu tabuleiro,
faca do teu garfo,
agulha do teu dedal,
casaco do teu cabide...
Mas não te encontrei,
tinhas saído para comprar tabaco, ou o jornal...
Desisti...
Hoje sei...
Não adianta procurar...
Nasci ímpar...
Inês Dunas
Libris Scripta Est
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Poesia :
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Comentários
Re: Ímpar...
ímpar só mesmo a tua escrita.
Um texto que se desenrola entre a desilusão e a desistência.
gostei bastante
bjos
Re: Ímpar...
Lindo!!! "Arregacei as mangas aos sonhos"
Sinto-me inchado por ter sido criticado
por alguém que escreve assim.
O amor .... o amor a meu ver é sempre impar por ser
egoísta.
Concordo com um artigo escrito pelo Agostinho da Silva acerca do poema "Todas as cartas de amor são ridiculas" do Pessoa.
Amar alguém é gostar de nós mesmos através de outrem.
Há sempre condições quando amamos alguém.
Se formos constantemente maltratados por quem amamos, dificilmente esse amor persistirá porque começaremos a sentirmo-nos mal. Quem amamos já não conseguirá que prevaleça o acto egoísta de nos fazer sentir bem.
Há uma exepcção a esta regra. Conheci-a há dois anos e poucos meses, com a paternidade. O verdadeiro amor incondicional. Já me separei da mãe da minha filha, mas o amor incondicional da paternidade ligar-me-á sempre à mesma. È BRUTAL SER-SE PAI. Estou a adorar.
Beijos para a boa terra do melhor festival de jazz do país.
Re: Ímpar...
Um baloiço poético que se espalha pelo texto de forma ímpar!!!
:-)
Re: Ímpar...
Oi Librisscriptaest,
Faço silêncio...
Simplesmente fenomenal, saliento a tua originalidade e sinceridade nestas linhas que fizeram recordar também partes do meu passado...
Continua a escrever assim
Abraço e novamente digo, gostei imenso...
Re: Ímpar...
BELEZA DE POEMA, GOSTEI DE MAIS!
ÉS SIMPLESMENTE "IMPAR" EM TODOS BONS SENTIDOS,
MEUS PARABÉNS,
Marne
Re: Ímpar...
Verdadeiramente ímpar!
Fez-me fechar os olhos e sentir!
Obrigado por este belo momento que me proporcionou!
rainbowsky