CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O robô que existe em ti
Abriste esse coração esponjoso e avermelhado.
Junto do meu peito selvagem, supersónico,
a tua mente artificial que não compreendia os sentimentos,
abraçou-me. O vidro embaciado do ovo em que nasceste
estilhaçou-se nas águas do lago vertical.
Caíram do céu como chuva para os teus olhos,
afogando as lágrimas monótonas.
.
.
O destino escrevia em muralhas, quase ruínas,
os nossos nomes queimados com ferro em brasa,
fazendo-me lembrar o leite-creme.
Onde nos deliciámos naquela casa junto ao mar
marcada pelos picapaus deprimidos,
ansiosos por afastar da sombra das asas
o rasto das térmitas devoradoras das suas almas.
.
.
Ríamos em gargalhadas acolhedoras e vibrávamos
com o crepitar da lenha com que alimentávamos o corpo.
Já não se via vestígio inumano; a luz dos teus olhos
espandia-se no tecto da sala aveludada;
Quando regressávamos às ruas quase desertas
as bicicletas dos transeuntes ziguezagueavam,
recordando-me as espirais onde um dia adormeceras.
.
.
Tornámo-nos fugitivos dos loucos cientistas
possuídos pela ignorância de não saberem quem és.
.
.
Aqui nos encontramos agora neste mundo distante,
neste paraíso que se tornou mais horrendo.
Eis as razões que nos trouxeram aqui.
.
.
Mas sei que lá longe onde não estou contigo,
os ponteiros do relógio continuam a avançar
e a catedral onde te vi pela primeira vez
reza no círculo das tuas mãos delicadas
o perdão àqueles que vivem com a obsessão:
destruir o robô que existe em ti,
e que agora não é detectável
pelos seres tão humanos quanto eu.
rainbowsky
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1229 leituras
Add comment
other contents of rainbowsky
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | Soluços | 1 | 1.243 | 01/01/2011 - 14:21 | Português | |
Poesia/Tristeza | Mesmo quando não sabes... | 1 | 2.204 | 01/01/2011 - 14:15 | Português | |
Poesia/Tristeza | Sismo à chuva | 0 | 1.059 | 12/31/2010 - 18:52 | Português | |
Poesia/Tristeza | Filtro | 0 | 1.989 | 12/31/2010 - 18:39 | Português | |
Poesia/Tristeza | A impossibilidade | 3 | 1.301 | 12/31/2010 - 13:57 | Português | |
Poesia/Desilusão | Sem espaço para o pouco que disse | 1 | 1.079 | 12/29/2010 - 23:34 | Português | |
Poesia/Geral | Preversa Timidez | 1 | 837 | 12/29/2010 - 23:29 | Português | |
Poesia/Geral | Luz | 1 | 1.507 | 12/29/2010 - 22:50 | Português | |
Poesia/Tristeza | O dilúvio do pássaro da nossa esperança | 0 | 1.470 | 12/29/2010 - 21:42 | Português | |
Poesia/Tristeza | A luz | 0 | 1.316 | 12/28/2010 - 03:48 | Português | |
Poesia/Tristeza | A última lágrima | 1 | 1.059 | 12/27/2010 - 23:42 | Português | |
Poesia/Paixão | Água e fogo | 1 | 819 | 12/27/2010 - 23:40 | Português | |
Poesia/Tristeza | Ternura | 1 | 1.332 | 12/27/2010 - 23:37 | Português | |
Poesia/Tristeza | Aquele olhar | 2 | 1.635 | 12/27/2010 - 22:26 | Português | |
Poesia/Tristeza | X - 2 - Não vieste | 0 | 1.627 | 12/27/2010 - 19:12 | Português | |
Poesia/Tristeza | Arestas | 0 | 1.333 | 12/24/2010 - 20:41 | Português | |
Poesia/Geral | O corpo no copo do Olimpo | 1 | 1.423 | 12/22/2010 - 23:00 | Português | |
Poesia/Tristeza | Olhos de nafta | 0 | 1.397 | 12/21/2010 - 20:59 | Português | |
Poesia/Tristeza | Respirar | 1 | 2.525 | 12/20/2010 - 23:01 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Agnosia | 1 | 2.147 | 12/20/2010 - 22:58 | Português | |
![]() |
Fotos/ - | 3394 | 0 | 2.831 | 11/24/2010 - 00:55 | Português |
![]() |
Fotos/ - | 3203 | 0 | 2.846 | 11/24/2010 - 00:53 | Português |
![]() |
Fotos/ - | 3061 | 0 | 3.053 | 11/24/2010 - 00:53 | Português |
Ministério da Poesia/Geral | Soldado do coração | 0 | 1.868 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Paixão | Tens de ler-me | 0 | 1.418 | 11/19/2010 - 19:27 | Português |
Comentários
Re: O robô que existe em ti
O destino escrevia em muralhas, quase ruínas,
os nossos nomes queimados com ferro em brasa,
fazendo-me lembrar o leite-creme.
Criativo e inspirado, um bom poema!!!
:-)
Re: O robô que existe em ti
Beijo ao escritor!
Bé