CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O robô que existe em ti
Abriste esse coração esponjoso e avermelhado.
Junto do meu peito selvagem, supersónico,
a tua mente artificial que não compreendia os sentimentos,
abraçou-me. O vidro embaciado do ovo em que nasceste
estilhaçou-se nas águas do lago vertical.
Caíram do céu como chuva para os teus olhos,
afogando as lágrimas monótonas.
.
.
O destino escrevia em muralhas, quase ruínas,
os nossos nomes queimados com ferro em brasa,
fazendo-me lembrar o leite-creme.
Onde nos deliciámos naquela casa junto ao mar
marcada pelos picapaus deprimidos,
ansiosos por afastar da sombra das asas
o rasto das térmitas devoradoras das suas almas.
.
.
Ríamos em gargalhadas acolhedoras e vibrávamos
com o crepitar da lenha com que alimentávamos o corpo.
Já não se via vestígio inumano; a luz dos teus olhos
espandia-se no tecto da sala aveludada;
Quando regressávamos às ruas quase desertas
as bicicletas dos transeuntes ziguezagueavam,
recordando-me as espirais onde um dia adormeceras.
.
.
Tornámo-nos fugitivos dos loucos cientistas
possuídos pela ignorância de não saberem quem és.
.
.
Aqui nos encontramos agora neste mundo distante,
neste paraíso que se tornou mais horrendo.
Eis as razões que nos trouxeram aqui.
.
.
Mas sei que lá longe onde não estou contigo,
os ponteiros do relógio continuam a avançar
e a catedral onde te vi pela primeira vez
reza no círculo das tuas mãos delicadas
o perdão àqueles que vivem com a obsessão:
destruir o robô que existe em ti,
e que agora não é detectável
pelos seres tão humanos quanto eu.
rainbowsky
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1222 leituras
Add comment
other contents of rainbowsky
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | Sinfonia em sete tons | 0 | 1.630 | 02/06/2011 - 20:00 | Português | |
Poesia/Tristeza | Aceitação com mágoa | 0 | 1.797 | 02/02/2011 - 19:58 | Português | |
Poesia/Tristeza | Tu, lanças-me | 1 | 1.691 | 02/01/2011 - 20:23 | Português | |
Poesia/Tristeza | Alma sóbria | 1 | 1.075 | 02/01/2011 - 00:15 | Português | |
Poesia/Geral | Amor sem rumo... | 1 | 1.155 | 01/27/2011 - 22:09 | Português | |
Poesia/Meditação | Dúvida infernal | 1 | 1.628 | 01/25/2011 - 22:34 | Português | |
Poesia/Geral | Strange XV - A morte que não foi | 0 | 1.476 | 01/13/2011 - 18:57 | Português | |
Poesia/Geral | Strange XIV - As hienas e o meu instinto assassino | 0 | 1.304 | 01/13/2011 - 18:53 | Português | |
Poesia/Geral | Strange XIII - Os mistérios do amor | 0 | 992 | 01/13/2011 - 18:37 | Português | |
Poesia/Geral | Strange XII - Porque choravas? | 0 | 1.683 | 01/11/2011 - 19:30 | Português | |
Poesia/Geral | Strange XI - Errar de novo | 0 | 1.508 | 01/11/2011 - 19:18 | Português | |
Poesia/Geral | Strange X - O robô que existia em ti | 0 | 1.643 | 01/08/2011 - 14:20 | Português | |
Poesia/Geral | Strange IX - Pura e nítida | 0 | 1.943 | 01/08/2011 - 14:15 | Português | |
Poesia/Geral | Strange VIII - Jogo de cartas e música | 0 | 1.992 | 01/08/2011 - 14:03 | Português | |
Poesia/Geral | Strange VII - Naufrágios da alma e o fundo do mar | 0 | 1.112 | 01/07/2011 - 16:29 | Português | |
Culinária/Sobremesas | Pudim de laranja | 0 | 3.248 | 01/07/2011 - 16:25 | Português | |
Culinária/Bolos | Brisas do Lis | 0 | 3.794 | 01/07/2011 - 16:22 | Português | |
Culinária/Bolos | Bolo Xadrez | 0 | 3.994 | 01/07/2011 - 16:10 | Português | |
Culinária/Bolos | Bolo fofo de chocolate | 0 | 3.035 | 01/07/2011 - 16:07 | Português | |
Poesia/Geral | Strange VI - A cumplicidade e o medo do escuro | 0 | 1.184 | 01/07/2011 - 15:41 | Português | |
Poesia/Geral | Strange V - A vida é tão curta | 0 | 1.691 | 01/07/2011 - 15:37 | Português | |
Poesia/Geral | Strange IV - A partilha e os caramelos | 0 | 820 | 01/07/2011 - 15:34 | Português | |
Poesia/Geral | Strange III - O anjo sonâmbulo | 0 | 1.357 | 01/07/2011 - 15:29 | Português | |
|
Fotos/Natureza | Prece | 1 | 1.806 | 01/07/2011 - 00:56 | Português |
Poesia/Geral | Strange I - O peixe e a boca de vidro | 1 | 1.217 | 01/06/2011 - 18:56 | Português |
Comentários
Re: O robô que existe em ti
O destino escrevia em muralhas, quase ruínas,
os nossos nomes queimados com ferro em brasa,
fazendo-me lembrar o leite-creme.
Criativo e inspirado, um bom poema!!!
:-)
Re: O robô que existe em ti
Beijo ao escritor!
Bé