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O tempo que não passou em mim
Um grito na madrugada fria
Onde o sono deixou de existir
E os sonhos não povoaram a minha mente
Deixando-me um sentimento vazio.
Ao lado da cama um silêncio
E meus pés estão nas nuvens
Sem ter quem ampare a minha queda.
Neste silêncio perturbador
Eu vejo os seus olhos em lágrimas
Recordando um tempo mágico
De um amor que parecia não ter fim.
O tempo que não passou em mim
Deixou um rastro de destruição
Que rasgou o meu coração
Fazendo-me sentir a ausência fria.
Tudo que eu mais queria na vida
Era não ter te encontrado no caminho
Pois, se assim fora eu teria paz
E não estaria neste quarto sozinho.
Mas a vida não é feita de rosas
Nem os dias apenas de sol
Há muitos momentos de tristeza
Que arrastam os sonhos pelo chão.
Caminho sem ter uma direção certa
Depois que você se foi
E não posso seguir-te pela jornada
Que agora estás a percorrer.
Deixo-me descansar de meus medos
Na esperança de poder dormir um pouco
A madrugada se arrasta lentamente
E ouço o sussurrar do vento.
O tempo que passou em mim
Não pode trazer-te de volta
E pelo caminho que ando agora
Só o que me resta são as lembranças.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
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