O Universo na minha mão

O universo tinha sido capturado por mim, repousava inerte com os membros amarrados na minha tigela do Vitinho, tinha sozinho conseguido subjugar o cosmos a nada mais que uma taça de Corn Flakes. Como? Nunca o saberei. Lembro-me de deambular entre o significado da palavra melhor, se era adjectivo ou uma mera consequência do nosso passado, lembro-me de rondar as razoes e os porquês da coragem, lembro-me de a questionar: Porque és corajosa coragem? As constelações responderam-me em conjunto transformando-se em pedaços de milho com açúcar aguardando em transe serem devorados, as estrelas estarreciam-se para mim convencendo-me a dar uma colherada, os cometas e os planetas provocavam-me com deixas questionando a minha orientação sexual. Olhei bem fundo para lá da fibra dos cereais na minha mão, vidrei-me no meu reflexo que se escondia na superfície reluzente da parte convoca da colher. Pousei-as ambas (a tigela e a colher) , não consegui engolir o universo.