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Primeiro era o beijo:


Em vão,
perdi a noção
do tempo a escassear,
num vai e vem sem fim
que não me permitiu vislumbrar
o sol a poisar sobre a tua colina
feita de osso, pele e carne,
escondida das minhas memórias
que não recordam,
o aconchegante embrião
recolhido no ventre da primorosa constelação
que é o teu beijo.

 

 

 

Demoníaco poder:


Cai no meu corpo
e foi só nesse preciso momento que recebi
todo o ar respirado
enquanto vivi
bem enrolado
dentro de ti,
encontrei, penso,
no agora que não é constante
e anda sempre em movimento,
um alerta a majestosidade da tua cintura,
da tua cintura pelos deuses da seda recortada
e pela minha língua trabalhada.

 


Interlúdio mergulhado no fogo:


Silenciei assim
o teu fervor
que se maquilhava de água
a esconder-se no acidentado relevo,
dos meus lábios .

 

 

 

 


O céu perto de mim:


Desejo desligar-te do sangue
que percorre o meu corpo repousado
na névoa da tua madrugada
remitente em se infiltrar,
nas portas da minha alma
que permitem a tua pele,
respirar.

 

 

 


Orgasmo:


Enveredei no futuro
com bilhete para o prazer
e tu fizeste-me compreender
que com a minha estranha maneira de ver
eu conseguia desarmar
as torres de aço coladas
que protegiam o saboroso pedaço de céu ,
que era o teu sexo.

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domingo, fevereiro 27, 2011 - 14:27

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decku

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