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O VIAJANTE

I
Viajo eternamente nessas estradas,
À noite me recolherei no meu cansaço,
E a lua iluminará a minha escuridão.
Viajo como um peregrino sem rumo,
Só o vento será meu companheiro,
E as estrelas me levarão até o outro dia,
Pois o desejo de viajar é eterno.

II
Agora passo em frente a uma capela,
Com sua torre tosca e seu velho sino,
Construída pela união de vários homens.
Quantas orações já terão feito dentro dela?
Quantos anos terão suas paredes amarelas?
E me dirijo para mais perto do templo,
Para sentir a presença de Deus.

III
Mais adiante me sentei à sombra de uma árvore,
Com sua linda copa e seus frutos perfumados,
Nascidos do amor entre um pólen e um estigma.
Porque os homens matam as árvores?
Quantas já foram assassinadas?
E me aproximo do seu tronco supremo,
Para sentir a presença de Deus.

IV
Estou agora ao lado de um cemitério,
Com a beleza das suas árvores e dos seus túmulos,
E das almas que viveram e hoje são eternas.
Porque as pessoas morrem?
Os homens merecem a eternidade?
E me encosto bem junto ao seu muro,
Para sentir a presença de Deus.

V
Mais adiante numa curva da estrada,
Encontro uma águia pousada no chão,
Com seu nariz adunco e sua bela plumagem.
Porque os homens matam os pássaros?
Quantos já foram assassinados?
E quando me aproximo da bela ave,
Sinto bem perto a presença de Deus.

VI
Cai a noite e o céu escurece bastante,
Mas continuo a caminhar sem destino,
Olhando a escuridão da estrada.
Porque a noite é tão calma?
O que representa o silêncio da noite?
E levanto o olhar para o infinito,
Para sentir a presença de Deus.

VII
Nasce outro dia e encontro também,
Algumas crianças a brincarem na estrada,
Com seus sorrisos puros de anjos.
Porque os homens maltratam as crianças?
Quantas delas já foram dizimadas?
E ao retribuir os seus sorrisos,
Sinto bem perto a presença de Deus.

VIII
Sentei-me para descansar à beira de um rio,
Com suas águas puras e cristalinas,
Ouvindo o murmúrio da água nas pedras.
As águas existirão para sempre?
As nascentes escaparão sem as árvores?
E debruçando-me sobre o espelho das águas,
Vejo refletida a imagem de Deus.

IX
Agora caminho por uma vila no campo,
Vejo pessoas que conversam e me olham,
Alguns fazem gestos e apontam para mim.
Será que os homens entendem os viajantes?
Será que entenderiam os valores dos caminhos?
E olhando a imagem dessas pessoas,
Compreendo a maior obra de Deus.

X
Viajo eternamente nessas estradas,
À noite me recolherei no meu cansaço,
E a lua iluminará a minha escuridão.
Viajo como um peregrino sem rumo,
Só o vento será meu companheiro,
E as estrelas me levarão até o outro dia,
Pois o desejo de viajar é eterno.

 

 

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quarta-feira, março 9, 2011 - 02:25

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JANILSON BARROS DO AMARAL

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