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Onde o Tudo se Mistura no Nada
Há um prenúncio de qualquer coisa, mesmo antes de o ser
Esmiúço os sentidos até descobrir o que me leva por estes meandros da vida já gasta
Debruça-se pelas correntes que passam
Sem nada a levar
E nada a trazer
Como poderiam...
Se nem elas suportam o peso dos anos...
Nesta margem...
Fica sempre um resto de morte nos lameiros que as viu nascer
As flores que se soltam ao vento
Transportam no colo
Perfumes raros
Essências calmas
E silêncios amordaçados
E eu que penso entregar-me a ti
Quiçá, num sonho
Ou numa viagem astral
Até aos confins dos mundos
Morro antes delas, coitadas...
E depois, o que serão?
Sumidas nas raízes tenras de uma terra alagada
Perco-me sempre no caminho, junto à margem das mazelas
Vi-te hoje a atravessar o jardim e não me viste deitada
Em pétalas raras...
Estou só nesta lenta caminhada
Onde o tudo se mistura no nada
Levanta-se da poeira da estrada
Uma só noite...
Que adormece na madrugada
Junto às casas onde me deito, já não há nada
Não há mais do que uma morte anunciada
Engendrada nos caminhos da alma
(In "ÀS Escuras Encontro-te")
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Comentários
Re: Onde o Tudo se Mistura no Nada
Perfumes raros
Dolores não resisti a vir mais uma vez visitar
a sua leitura,a qual gosto bastante...
:-? beijinho
Re: Onde o Tudo se Mistura no Nada
Olá Dolores
Sentada nas margens dos teu versos, na melodia ritmada do teu poema, percorro o caminho da alma.
Mais uma vez me rendo á tua escrita.
Belo opoema
beijo :-)
Re: Onde o Tudo se Mistura no Nada
Encontros e desencontros
Da vida, mais que do amor
Não é qualquer um que tem o poder
O poder de apreciar pétalas raras
Gostei da poesia, escrita com a leve pena dos anos
bjs
Re: Onde o Tudo se Mistura no Nada P/Dolores
Amiga, como é reconfortante sentar-me na margem, e escutar o eco das tuas palavras nas correntes das pétalas raras da tua escrita...
beijo