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PUTRESCÊNCIA …
De noite se faz o olhar em juras rasas,
achocolatadas de nada.
Adejos fluídos em queda,
choro aos socos a cegar as moradas dos olhos.
Velocidade acelerada em feixes ocos
onde medra o pesadume da pedra.
Vaidade exterminada de ninguém,
luz destravada.
Desfolhada que ufana a imortalidade.
Suspiro que move montanhas.
Fogo que chama.
Tarde que se acende em pianos insanos.
Anos coçados pelo cume dos dedos.
Distâncias levadas pelo vento.
Vaga de fanfarras loucas.
Soros penitentes como murmúrio sem segredos.
Venenos rendados por nuncas sempre iminentes.
Alvorada cinzelada pela palidez coitada do frio.
Escuridão controversa, desafinada
por cores roucas.
Andorinhas delirantes.
Vozes mirantes sem fisionomia.
Putrescência escoicinhada por arrasto dantesco.
Dedilhar silencioso numa tara abrasiva.
Sueto como forquilha de um inverno
que nos leva a alma ao inferno.
Línguas atadas aos pés,
dueto nos revés do crepúsculo,
tintura que pinta o balanço das marés.
Céu que rasteja pelo ar,
estrelas derretidas em névoas de amar.
Nódoa tenebrosa,
hora teimosa nas veias do tempo,
outrora sebáceo em fragmentos langorosos.
Desalento ajoelhado aos passos.
Aroma enrugado na boca.
Palavra desfeita.
Olhar que esvoaça inábil,
rejeitado pelo chão.
.
.
.
.
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