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Será um sonho? (tributo a John Lennon)
Nesses dias de guerra
De canhões a desfilar
De fardas a perfilar
Afrontando a terra
Nesses dias de ódio
De bombas a exterminar
De “Mirages a bombardear”
De marihuana, cocaína e ópio
Nesses dias de sangue
De crianças cercadas nas praias
De gente inocente morrendo nas ruas
De catadores vivendo do mangue
Nesses dias, tenho sonhos.
Adormeço, esqueço, ouço estranho pranto
Eis que de repente, tamanho pois é o meu espanto
Pois, transitam flores feito balas sendo atiradas de canhões
Fardos de alimentos feito bombas sendo lançados de aviões
Bombas lança-perfume sendo pulverizadas contra a poluição
Mãos que se apertam, gestos de paz, emoção mais que a razão
Nesses dias, tenho sonhos.
Acordo. Será pesadelo, terror noturno, sonambulismo, que vida soturna...
As praias sem minas, com lindas meninas recebem barcos vietnamitas
Os ricos dividem seus bens materiais
Os iluminados difundem seus dons espirituais
O pão, o vinho, o peixe em todos os lares, a tolerância na fé, mesquitas
Terei sonhado?
Terás teu sonho sonhado o mesmo fato, da música, o mesmo fado?
Quisera fossem os sonhos, a própria realidade
Quisera fantasia fosse a paz, a liberdade
Quisera das tormentas se fizesse calmaria
Quisera dos campos brotasse o trigo, o pão na mesa de Maria
Quisera das fontes fluísse doce água, a banhar
Quisera das mãos surgisse o abraço, o braço pronto a guiar
Quisera dos olhares divisasse a um só horizonte, a paz como primordial fator
Quisera das faces brotasse o sorriso que contagia, a iluminar pelo amor
E que após todos os sonhos desfeitos, a vida sem fantasia,
A doce realidade imperando, na unidade e na virtude
E um canto ecoasse, no Deus uno, a uma só melodia
O mesmo destino, a mesma via, no diverso do humano, solidário e humilde...
AjAraújo nos sonhos de um jovem em sua lira dos 25 anos, confrontando-se com a cruel realidade das crianças nos pronto-socorros do RJ, perto de atingir um sonho, formar-se médico pediatra, escrito em 01/10/79.
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