A sorrir

Hoje não quero sorrir,
Cheio que estou de nossas memórias boas.
Quero apenas fingir
Que deixaste de ser
Aquela que já não me faz sofrer
(Esperando eu que não me doas).

Hoje não invejo ninguém:
Nem os amantes que têm alguém,
Nem os que anseiam por um amor que lhes volta.
Hoje o meu sorrir é de revolta
E de mais nada…

Se hoje eu sorrir como o fazia para a minha amada,
É porque tenho outra
(Perdoem-me se este meu sorrir, vos parece coisa tonta).

Hoje a lucidez preenche-me o dia
E fecho com o sorrir toda a alegria
De te ter lembrado.
Agora que já não acho graça a este meu humor apurado,
Quero que este sorrir desapareça!
Quero rir-me de uma desgraça,
De uma qualquer desilusão que não me passa,
De um sorrir que não te esqueça.