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SOU SÓ ESTE QUE VEDES!


Se hoje sou é porque ontem já o fui.
Duas linhas paralelas, no assimétrico
do paralelepípedo, de meus olhos -
demasiadamente descuidado,
entre o róscido da manhã
e o pôr-do-sol, para que haja quem,
ou simples resposta,
que, por si só, venha a descobrir,
afinal, quem eu sou,
enquanto poeta e ao que me julgo.

Poeta do povo, para alguns;para outros
tantos, poeta maldito
(ou seja lá, o que isso for), sou, somente,
aquele que não cala nem se vende,
senão a um sorriso, de uma criança.

Actor, de meus próprios vícios, posso
adiantar, que, num mundo de comas
e de overdoses, numa utopia, para
alcançar as portas da percepção,
nunca, em mim, este meu coração, se
alterou: nem quando, pela ignorância,
meu nome cuspiram, na parede.

(Estátuas sem olhos, ao sabor da chuva,
dos que, para trás, por estigma, olharam-me,
nessa minha noite, de rendição, e lá
continuaram, a vegetar. Enquanto eu, nunca
deixei de crescer, lendo livros, atrás de
livros e pela experiência, que a vida me
deu, ser só hoje, este, que vos escreve…)

E quem sou eu, enquanto poeta… sabeis? 

Não tem dificuldade, alguma, meu amor:
eu sou apenas, aquele que ama e
às pessoas de bem, fazendo, da poesia,
sua expressão maior, levando-a aos outros,
não esquecendo nunca, o sangue nos braços -
que quem se nega, depressa se esquece.

Poeta, que, como eu, tem vários cenários,
pelo simples, significado, de ser muitos,
num só (como a um actor), seus múltiplos
pensamentos, levaram-no até aí; porém,
sempre é chegada a hora, do repouso, do
guerreiro e de seu lado, mais intimista,
dar-se a mostrar: na palavra, já não tão secreta.

Jorge Humberto
07/08/09

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quinta-feira, março 29, 2012 - 16:06

Poesia :

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Jorge Humberto

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Comentários

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Minha querida Sofia,

Minha querida Sofia,

lamento profundamente, e eu mais do que ninguém não estar presente entre os amigos, lê-los e comentá-los. A consequência de minha ausência tem miriades de problemas graves. Primeiro meu pai, que para além da doença da Alzheimer, agora também tem problemas no pâncreas, figado hepático, gastrite crónica e precisa de retirar uma película num dos olhos para poder fazer cirurgia às cataratas, apenas nesse olho já que o outro está de todo perdido. Tem muitas dores, mal ou quase nada come e minha mãe também não está nada bem. A juntar a tudo isto ando com os meus nervos completamente arrasados, com ânsias tremendas, que faz com que fique com tonturas, desidratado, e com muitas dores no corpo e pior ainda o andar dia após dia, sem momento de atenuação, com o lado esquerdo do corpo completamente adormecido. Tenho muitos suores frios e só me apetece chorar, mas infelizmente não consigo, se conseguisse talvez atenuasse um pouco, nem que fosse por momentos. Hoje vim aqui rapidinho, com a pior das condições, mas vim porque queria ver se tinha amigos para responder. Gostei muito da tua disequeção sobre meu poema, de facto o sonho comanda a vida, mas o que sempre sonhei para mim, nem consigo sequer estar presente para meus amigos, e escrever poesia é algo que não faço à muitos meses, pois não consigo abstrair-me, pensar, organizar ideias e logo meu intimo está totalmente vazio.
Feliz por estares aqui e pelos teus bons votos para meus pais.

Desejo que continues a escrever e a trazer para nossos olhos cansados a beleza que emana de ti em tudo quanto faze.

Beijinhos querida, para ti e para teus ente queridos

Teu amigo sempre
Jorge Humberto

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