CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

ÓPERAS, guia para iniciantes - Parte I - Sinopse

- Filha, se eu gostasse de mulher gritando, ficaria em casa com a sua mãe...

- Talvez, Deus tenha se arrependido por ter criado o Mal e, então, deu a Ópera aos homens...

Apesar de vulgares, as sentenças em epigrafe resumem com perfeição o sentimento de amor e ódio que sempre permeou as relações dos homens com essa expressão artística. Posições visceralmente antagônicas, sem qualquer tipo de concessão: ou se ama ou se detesta.

A maioria que não lhe tem apreço diz que é um espetáculo complexo, ultrapassado, enfadonho e elitista. Em contraponto, a minoria que lhe admira diz que a ópera é um espetáculo atualizadíssimo, pois o que canta e encena são os temas que sempre habitaram o coração humano, como a morte, a vida, a paz, a guerra, a coragem a tibieza, a lealdade, a inveja e os outros assuntos que permeiam a vida e o mundo. Também rebatem a pecha de “complexa” ou “confusa”, citando o acompanhamento pari passu que é possível fazer através do “libreto” e rechaçam a crítica de “enfadonha”, com a grandiosidade da mise-em-scène e do esplendor das músicas que a compõe.

São argumentos válidos, é certo, porém, no quesito do distanciamento entre a população mais humilde e os espetáculos, o bom senso os obriga a reconhecer que o mesmo é real, tanto pelo preço dos bilhetes, quanto pela exigência tácita de luxuosas toilette’s, as quais, obviamente, não estão nos armários das pessoas comuns.

Mas tais empecilhos serão inelutáveis? Poderão ser revertidos?

Como se sabe, a ópera nasceu na antiga China (e com algumas variantes na Índia ancestral), mas só floresceu na Europa, e por extensão no Ocidente, após a Idade Média com a chegada do Renascimento que resgatou a grandiosidade dos temas da Mitologia grega, cuja apresentação exigia a suntuosidade de um espetáculo que reunisse a encenação teatral, a musicalidade superior e a beleza superlativa dos grandes balés, devidamente valorizados pelo esplendor das luzes, dos cenários, dos figurinos e dos demais elementos teatrais que não tardaram em acompanhar a evolução das composições, após terem apenas engatinhado nos toscos “Autos” medievais, de cunho religioso.

E com o tempo, essa mescla aprimorou-se e a fusão de música e encenação resultou nas formas magníficas que conhecemos.

Porém, nos países que sofreram a colonização europeia, a ópera trouxe a discriminação a reboque e desde então ela ficou destinada às “elites”, a uns poucos diletantes sinceros e aos muitos aspirantes à escalada social, que fingem apreciá-la apenas para poderem frequentar os espaços destinados aos “poderosos”, a quem prestam vassalagem em busca de eventuais mimos.

Todavia, não obstante essa discriminação absurda, o povo mais humilde encontrou meios de apreciar espetáculos que se assemelham à ópera tradicional como é caso, no Brasil, dos desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro, das danças em Parintins e doutras manifestações, que reúnem os elementos operísticos como a dança, o canto, os figurinos, os adereços etc.

São exemplos que demonstram que a suposta repulsa popular é muito mais motivada pelo pedantismo pseudointelectual e pelo esnobismo social e financeiro, de que por verdadeira aversão cultural.

Ademais, a existência de esporádicas apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro, que sempre contam com lotação máxima, e, principalmente, a existência do Festival Anual de Óperas em Manaus e em Belém (esse, com menor divulgação) com sucessivos recordes de assistência, comprovam a afeição popular ao gênero.

Por tudo isso é que nos propusemos a executar esse trabalho de divulgação, trazendo em linguagem clara as considerações pertinentes a essa magnífica expressão cultural.

Para tanto, faremos um breve relato de seu histórico e na sequência resenharemos as óperas mais conhecidas. Não entraremos em questões técnicas, tanto pela subjetividade de qualquer julgamento, quanto por não ser esse o intuito dessa obra, já que a nossa proposta, limita-se a ser uma “porta de entrada” que permita ao público leigo adentrar esse universo fabuloso.

É claro que não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas atingiremos o nosso real objetivo se conseguirmos desmistificar as supostas inacessibilidades do gênero, dando a oportunidade para que o leitor e ouvinte comum possa conhecer o verdadeiro tesouro que nos foi legado por homens e mulheres especiais.

Oxalá essa modesta contribuição acrescente momentos prazerosos aos que nos honram com a sua visita. A todos, fazemos o convite para nos seguirem nos próximos capítulos.


Brasília, 14 de Janeiro de 2015.

Capa - Thyago Marão Villela.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Verão de 2015.

Submited by

quarta-feira, janeiro 14, 2015 - 13:12

Prosas :

No votes yet

fabiovillela

imagem de fabiovillela
Offline
Título: Moderador Poesia
Última vez online: há 8 anos 6 semanas
Membro desde: 05/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 6158

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of fabiovillela

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.246 11/18/2010 - 23:02 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 1.347 11/18/2010 - 23:02 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 1.565 11/18/2010 - 23:02 Português
Prosas/Outros FREUDISMO e FREUDMARXISMO - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 5.412 11/18/2010 - 23:02 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 1.263 11/18/2010 - 23:02 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.480 11/18/2010 - 23:02 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.788 11/18/2010 - 23:02 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.700 11/18/2010 - 22:57 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.746 11/18/2010 - 22:57 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.913 11/18/2010 - 22:57 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 3.242 11/18/2010 - 22:57 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 1.086 11/18/2010 - 22:57 Português
Prosas/Outros Trotski e o Trotskismo 0 3.672 11/18/2010 - 22:57 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.487 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Emanatismo - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 48 0 4.419 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 1.500 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.214 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.677 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 8.365 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 1.365 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 3.029 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.242 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 1.932 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.898 11/18/2010 - 22:56 Português
Prosas/Outros Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético 0 2.056 11/18/2010 - 22:55 Português