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Curtain Down!

Cessaram os ultimos aplausos na apinhada sala e após a vénia a todos os presentes, ao belo publico, os actores se retiraram ao som da pesada curtina que caia.
Foram tempos valentes e de mestria. Serões de estudo e improvio, mas de pouco ciso.
A imensa peça que nessa sala acabou, foi um rendilhado de amor, odio e alguma arte.
Todos deram o máximo, sob a batuta do encenador. Um louco na nobre arte de tentar fazer sorrir, sonhar imaginar e oh....amar!
Não foi um exito de bilheteira, mas foi sobretudo a àgil maneira de encantar, entre rezas, credos ou fados. Malfadado teatro.
A peçoa que sai de cena, nos ombros da convicção do encenador que....foi por amor.
Tudo o que começa, invariavelmente acaba, chamem-lhe o demónio da dor, ele no entanto chama de imenso torpor.
Houve Glamour, houve orquestra, a loucura na fina fresta, como quem olha um sentimento.
No começo de tudo havia medo, no meio magia e no fim azia.
Personagens que ali desfilaram, algumas morreram, outras que singraram, outras ainda (poucas) em apogeu.
A poesia no suave odor da maresia, na malicia da heresia, ah...Cantá-las como ele queria!
Demagogia da ironia, senso da vergonha, coisa tão medonha.
As luzes se apagaram, a sala foi ficando vazia, perdeu-se a magia, calou-se a poesia.
E o encenador que nunca quiz ser actor, encolheu os ombros e rumou á dor.

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quarta-feira, julho 14, 2010 - 14:19

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